A viagem não começou da melhor forma. O vôo Porto-Londres atrasou e perdemos o último transfer decente Stansted-Heathrow. Tivemos de apanhar um autocarro, seguido de um taxi (que nos custou uma exorbitância em que ainda hoje evito pensar), para dormir apenas três horas no hotel. Tudo isto teria sido facilmente esquecido se, depois, as coisas tivessem corrido bem. Mas o avião que faria o vôo Londres-NY avariou e não saiu do chão. Isto depois de 4 horas à espera de uma peça para o reparar. Ora distribuir 240 pessoas por vôos quase cheios não é fácil e nós que íamos chegar a NY com 9 horas de antecedência relativamente ao vôo para San Francisco acabámos a chegar 5 minutos antes do check-in fechar. E isso porque corremos para os passaportes, corremos para as malas, corremos para o outro terminal. Assim que me sentei no avião para San Francisco e aquilo levantou quase chorei. Finalmente, depois de 36 horas de viagem, chegámos ao hotel. O melhor banho do ano, seguido da melhor noite de sono. Estávamos mortos.
No dia seguinte acordámos cedo, frescos e descansados (afinal, às 8h da manhã de lá já eram 4 da tarde nos nossos relógios biológicos) e mortos… de fome. Onde vamos tomar o pequeno-almoço, pergunta o esfomeado marido à mulher que passou semanas a tratar do roteiro gastronómico. Olha, tinha pensado irmos a um diner estilo anos 50, com aqueles pequenos-almoços bons de panquecas e bacon e ovos e assim, digo eu. Parece-me bem, diz ele. Onde é? Há vários, digo eu, mas não sei exactamente onde. Chega aí o guia. Entretanto, abro a janela e começo a rir. Olha, há um mesmo aqui em frente!! Começo de dia perfeito! As panquecas fofinhas, regadas com maple syrup. O bacon e os ovos deliciosos. Mas bom, bom mesmo era o milkshake de morango (a perdição do Zé durante a viagem). Delicioso!
Nesse dia tivemos a companhia da melhor guia possível – a Fer, que chegou com o seu sorrisão e carregada de mimos. Dois minutos depois já caminhávamos os três como se nos conhecessemos há muito tempo e o dia foi passado entre conversas muito interessantes, gargalhadas e belas vistas. A Fer foi uma guia incansável, que nos levou a passear pela cidade, a cruzar a Golden Gate Bridge (sem se importar com os milhares de turistas) até Sausalito, ao bairro hippie e, no regresso ao hotel, o brinde de descer de carro a rua mais inclinada do mundo. Com ela almoçámos no maravilhoso Ferry Building, um edifício lindo e totalmente restaurado, com restaurantes e lojas de perder a cabeça. Lá comi os melhores macarons de toda a viagem (no dia em que estivemos com a Fer), fiz das melhores compras e tivemos o jantar mais incrível. O farmers market que se faz às portas do edifício deu-me comichões nos dedos e vontade de ter cozinha e panelas para aproveitar todos aqueles produtos maravilhosos.
Gastronomicamente, San Francisco foi muito generosa connosco. Começámos quase todos os dias com um pequeno-almoço à americana, em frente ao hotel. Depois, San Francisco foi mexicano (fora do Mission District, o bairro mexicano, porque o senhor taxista disse que havia tiros por lá todos os dias e nós, que até não gostamos muito de confusões, achámos que sim, era melhor ir a outro lado), japonês, americano e vietnamita. Foi macarons e chocolates e framboesas. Foi Alcatraz e Chinatown e Frida Khalo no SFMoMA. San Francisco foi sentir férias pela primeira vez, encontrar uma amiga especial, andar de eléctrico e respirar fundo. Foi o começo das férias, foi namorar e passear de mãos dadas, esticar o corpo na relva e sentir dores nos pés. San Francisco não foi bem o que eu esperava, mas em algumas dimensões foi muito mais.
E foi só o início.
Bem, só posso dizer uma coisa: estou “roidinha” de inveja!!!!
Realmente esse início de viagem foi atribulado, eu teria ficado de nervos em franja…
De resto só mesmo inveja (nem quero pensar + nos vossos pequenos almoçor…) e uma reclamação: não há mais fotos!?!?!?
🙂
Mariana, da proxima vez voce esta intimada a passar mais dias na California–pra conhecer Davis tambem, neh?
Que bom e que sorte eu ter conseguido participar um pouquinho desse seu passeio pela aquela cidade linda!
super beijo!
N começou bem mas melhorou consideravelmente! Vou continuar a acompanhar, mesmo correndo o risco de ficar cheia de fome e frustrada por cá n encontrar mtas dessas coisas 😉
Aguardo ansiosa pelas cenas dos próximos capitulos.
Bjs.
Mariana, apesar de a viagem não ter começado da melhor forma com todos esses atrasos e stress, pelo que escreveste os dias de férias compensaram e bem todos os nervos iniciais que sentiram.
Gostei do teu relato sobre a cidade de San Francisco, que agora fiquei com uma enorme curiosidade em conhecer.
beijinhos
Depois de lá estares, valeu concerteza a pena! Mas confesso que também ficaria de nervos em franja com tamanhos contratempos! Sabes que as coisas difíceis são as que dão mais gozo, né? :o) E a guia que tiveste, não é para qualquer um!!! :o)
Essas panquecas com morangos estão a chamar por mim! Continuarei a ler os teus relatos! :o)
Beijo