Cá por casa vão-se acertando corpos e horários ao novo ritmo. Chego a casa tão cansada que não há energias para cozinhar e os olhos pedem sono logo às seis da tarde. Falha-se o 4 por 6 por não conseguir gerir o tempo e a (des)organização (desculpem-me).
Um dia faz-se pão, que se janta quentinho, com boa manteiga, e fruta. Não houve ainda tempo para regressar ao panelão de sopa. No dia seguinte grelham-se uma beringela e uma courgette, em fatias grossas, temperam-se com azeite, sal e orégãos e comem-se com o pão que sobrou, aquecido no forno em fatias grossas, e uma salada dos últimos tomates. Noutro dia não há sequer energia para pensar em cozinhar e o take-away perto de casa salva-nos de um jantar de iogurtes e cereais.
Entretanto, assam-se as primeiras castanhas, que comemos enterrados no sofá, o corpo cansado e a alma em casa.
Deito-me cedo, muito mais cedo do que me lembrava. Acordo muito mais cedo também. E curiosamente o mau humor matinal tem andado escondido. Até quando, pergunto-me com algum receio.
A cabeça faz planos de editar fotografias, escrever e agendar posts. Talvez agora, que o fim-de-semana grande chega no momento perfeito.
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No-knead bread – a versão rápida
Ingredientes:
- 3 medidas de farinha
- 2 ½ colher chá de fermento biológico (seco)
- 1 ½ colher chá sal
- 1 ½ medida água (ligeiramente morna)
Misturam-se todos os ingredientes secos, numa vasilha grande. Acrescenta-se a água e com uma colher de pau ou uma espátula misturam-se os secos com a água, até obter uma massa relativamente homogénea. Deixa-se repousar, coberto com um pano húmido, durante 4 horas. Vai-se até aos livros e apontamentos, tentar perceber que raio é que o prof. de Matemática andou para lá a dizer.
Findas as 4 horas, liga-se o forno a 200ºC e põe-se uma panela de ferro a aquecer lá dentro. Tira-se a massa do pão do recipiente para uma superfície enfarinhada. Dobra-se três vezes, em envelope, e deixa-se repousar mais meia hora, enquanto a panela aquece.
Põe-se a massa dentro da panela, com o lado das dobras virado para baixo. Tapa-se a panela e deixa-se no forno até estar cozido (uns 30 minutos, se for em panela de ferro). Destapa-se então a panela e deixa-se o pão ganhar cor (uns 10-15 minutos, dependendo de gostar do pão mais ou menos tostado).
Retira-se da panela para uma grade e deixa-se arrefecer. Ouvem-se os estalidos da crosta em contacto com o ar frio e sonha-se com a fatia que vamos comer com manteiga, já já.
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(na falta de uma panela de ferro, uma de vidro ou de barro, desde que com tampa, serve; a de ferro permite formar uma crosta mais crocante, que nós por cá preferimos)
Querida Mariana, como te entendo…
Tb já recomecei as minhas aulas na faculdade de arquitectura, apesar do ritmo esta semana ter sido a meio gás.
Mas a adaptação do corpo, mente e estômago ao novo ritmo dá-se automaticamente quando o trabalho aperta.
Quando damos por nós estamos mergulhadas no stress estudo-trabalho-casa, que apesar de brutal, tb é à sua maneira revigorante.
Qual mau humor matinal, qual nada!
Este pãozinho é do melhor para repor energias. Eu sou mais adepta do artisan bread, que depois de levedar 2 horas, fica no frigorífico sempre pronto para me socorrer, nem que seja na versão pizza.
Boa sorte! 🙂
Beijinhos.
minha querida, recordo-me bem dessas sensações, com a diferença de que não cozinhava.. acho que tudo vale a pena 🙂
panela de barro não serve, então, certo?
Olá Mariana,
quando mudamos as nossas rotinas, no início custa sempre muito. Mas pouco a pouco vais conseguir encontrar novamente o teu ritmo.
Um beijinho e votos de muito descanso neste fim-de-semana prolongado,
Gosto muito de ler tudo o que
escreve e as delicias que prepara são
coisas muito gostosas.
Espero que descanse bastante.
Beijos…
Lúcia.
ssempre que as rotinas soa quebradas custa de novo a arrancar
mas vais ver que nao trada ja esta sde novo no ritmo.,
beijinhos
Depois dizem que estudar é fácil!
De qualquer maneira, o post e a narrativa estão muito bons!
Abs