Feeds:
Artigos
Comentários

Archive for the ‘Beterraba’ Category

Na horta e no mercado já não é bem inverno e ainda não é completamente primavera. Nas cestas aparecem as últimas raízes, em jeito de despedida, acompanhadas pelas primeiras cebolinhas, ainda verdes, a cheirar a fresco, com promessas de dias quentes. A cabeça planeia a transição, esta mudança de estação que tira da mesa o seu guarda-roupa de inverno, para, gradualmente, o substituir pelo dos dias quentes.

Há muito que esquecemos este acompanhar que o corpo e a mesa, com a terra, fazem das estações. No supermercado há de tudo todo o ano e não é fácil este regresso voluntário a tempos mais simples mas necessariamente mais criativos e saudáveis. Mas quem provou um tomate maduro de sol facilmente desiste das pálidas amostras de estufa ou d’além mar que se vendem agora. É só pedir ajuda à memória, saber a que sabem as coisas quando nascem e crescem e amaduram no seu tempo.

salada de legumes assados I

.

Salada morna de raízes assadas, lentilhas e cebolinha

(4 pessoas)

  • 2 cenouras
  • 2 beterrabas
  • 2 batatas doces
  • 2 cebolinhas (parte verde e bolbo) médias
  • 1 medida de lentilhas castanhas
  • sal
  • azeite
  • sumo de limão

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Descasque as cenouras, beterrabas e batatas e corte-as em palitos. Coloque-as num tabuleiro de forno, regue com um fio de azeite e polvilhe com uma pitada de sal grosso. Leve a assar até que os legumes estejam tenros mas não completamente assados, aproximadamente 20 minutos.

Enquanto os legumes assam, coza as lentilhas em 3 medidas de água temperada com sal. Quando estiverem prontas, escorra e reserve.

Corte as cebolinhas em meias luas muito finas. Misture 3 colheres de sopa de azeite e 1 colher de sopa de sumo de limão, emulsionando bem.

Misture os legumes assados, as lentilhas e as cebolinhas e tempere. Prove, acerte o sal e sirva.

salada de legumes assados II

.

Esta é uma salada perfeita como refeição, servida só ou acompanhada de folhas verdes. Pode ainda ser acompanhada de fatias de pão torrado numa frigideira e regado com um fio de azeite ou, alternativamente, pode acompanhar frango assado ou grelhado.

Read Full Post »

Cá por casa ainda não há crianças. E este 4 por 6 vem uma semana atrasado relativamente ao dia da criança. Mas enquanto tentava montar o prato para as fotografias ocorreu-me que parecia comida de brincar. De comer a brincar, pelo menos. Um prato assim, desconstruído, de onde apetece beliscar daqui e dali.

4por6

Esta semana portámo-nos um bocadinho mal. Trazemos uma sugestão que é assim quase prima do hamburger com batatas fritas. Que não tem nada de mal, de vez em quando. Nós somos grandes fãs de hamburger com batatas fritas. Mas comer fritos não é muito bom para a saúde, como todos sabemos. Olhem, foi o nosso pecado do dia da criança. Para fazer felizes as crianças que vivem em nós!

4 por 6 0806 II

.

Almôndegas de porco com chips sortidas

Almôndegas

  • 440g carne de porco picada
  • 4 colheres sopa de queijo parmesão (se for do fresco ralado na hora melhor ainda)
  • 3 colheres sopa de bacon ralado (usei o microplane)
  • 1 cenoura grande ralada fina
  • 3 dentes de alho ralados
  • 1 colher café de cominhos
  • 1 colher café de paprika
  • 1 colher chá de sal fino
  • 1 colher café de alecrim em pó (eu desfiz o seco no almofariz)
  • 1 pitada de piri-piri em pó
  • 1 ovo
  • farinha de mandioca para dar liga (ou pão ralado)

Num recipiente grande, colocar a carne de porco, as especiarias, parmesão, alho, bacon, cenoura e misturar tudo muito bem – primeiro com um garfo, depois com as mãos. Acrescentar o ovo e misturar. Ir adicionando aos poucos a farinha de mandioca (que usei por não haver pão ralado em casa) até conseguir uma massa moldável.

Moldar pequenas bolas (eu prefiro almôndegas pequeninas, daquelas que dão uma trinca, duas no máximo), que podem ser congeladas. Estes ingredientes fazem aproximadamente 45 pequenas almôndegas (sendo que, por pessoa, eu recomendo 10 para adultos e 8 para crianças).

Prefiro cozinhar as almôndegas descongeladas, sobretudo se não as vou cozinhar em molho (como faria para preparar um prato de pasta e almôndegas em molho de tomate). Portanto descongelei-as. Pincelei uma frigideira grande e anti-aderente com uma colher chá de azeite e quando estava quente acrescentei as almôndegas, que fritei/grelhei dos dois lados, até estarem cozinhadas por dentro mas não secas.

 .
Chips sortidas

  • 2 batatas grandes
  • 1 batata doce grande
  • 2 beterrabas médias

Com a ajuda do mandolim, cortei todos os tubérculos em fatias finas. Coloquei-os em água gelada durante cinco minutos. Escorri, sequei-os bem e fritei em óleo bem quente. Quando prontas, sequei-as bem em papel absorvente e temperei com flor de sal e orégãos.

.

Salada de alface e nozes

  • 1 alface média
  • 1 punhado de nozes
  • 5 colheres sopa de azeite
  • 2 colheres sopa de vinagre de vinho tinto
  • 1 colher chá de mostarda
  • sal

Lavei as folhas de alface, sequei-as bem e cortei-as em fatias finas. Acrescentei as nozes cortadas em metades e temperei com uma vinagrete feita com o azeite, o vinagre e a mostarda, bem batidos até formarem uma emulsão. Misturei bem e polvilhei com flor de sal.

4 por 6 0806 I

Cá em casa não somos os maiores fãs de almôndegas. Nunca as compramos já prontas. Nunca as comemos em restaurantes. Isso porque achamos que as almôndegas são sempre mal feitas. As dos restaurantes são feitas com restos de carne e, por isso, já perdem em sabor e qualidade. As congeladas… bem, essas não sei o que se passa com elas, mas a verdade é que não sabem bem. Por isso preferimos fazer as nossas. É muito fácil e num curto espaço de tempo fazem-se almôndegas suficientes para várias refeições, que se podem congelar e guardar para quando for mais conveniente. E se forem bem feitas e bem temperadas podem ser deliciosas. Estas são muito saborosas!

Os chips sortidos foram uma surpresa. A batata doce muito saborosa, a beterraba também. E as de batata, as normais, são sempre deliciosas. Eu também sou daquelas que tem um fraco por batatas fritas. Das boas, que das congeladas dispenso.

.

Para a sobremesa, cerejas de saco, as minhas favoritas, rijas e sumarentas e doces. Vieram directamente de Resende, do Festival da Cereja, onde os meus pais foram no dia 31 de Maio.

E as contas:

4 por 6 08-06

As cerejas não eram bem estas, mas até foram mais baratas. As contas estão feitas para as 45 almôndegas que consegui, sendo que aqui na receita se usará, no máximo, 40.

Read Full Post »

Beterraba e laranja

salada-beetorange

É linda, é saudável e é da Fer. É preciso dizer mais alguma coisa?

Read Full Post »

A Fer Ayer está a promover um evento muito interessante – a Semana do Aproveitamento Integral dos Alimentos. A ideia é pesquisar, experimentar e publicar uma receita feita com aquelas partes que normalmente deitamos fora. Além de ser uma forma de poupança muito útil nos dias que correm, é uma forma muito importante de desenvolvimento sustentável, porque de cada coisa tiramos muito mais.

A minha participação não foi especialmente feita por causa do evento. Já andava há mais de duas semanas com um post sobre aproveitamento de alimentos na cabeça. Assim posso participar! Vou ainda tentar pesquisar mais receitas e dar mais dicas – este é um evento muito útil. Até acho que podia ser prolongado, para que mais pessoas pudessem participar!

.

.

No dia em que trouxe para casa espinafres e beterrabas, sabia que ia ter muitas sobras. As folhas e talos das beterrabas e os talos dos espinafres não são coisas muito usadas e não sabia muito bem o que fazer com elas. As folhas das beterrabas podem ser usadas em saladas, mas como começaram a murchar relativamente depressa desisti dessa ideia. Pensei usar os talos dos espinafres para fazer caldo de legumes, mas eram tantos que me estava a fazer confusão a ideia de os cozer e deitar fora.

Decidi arriscar uma sopa. E mantê-la o mais simples possível, quase só com recurso a essas partes dos alimentos que normalmente vão para o lixo. Acrescentei mais uma coisinha ou duas e fiquei com um panelão de uma deliciosa sopa!

.

Sopa de folhas e talos

Numa panela refoguei ligeiramente, em azeite, dois dentes de alho. Juntei um nabo, muitos talos de espinafre e muitos talos e folhas de beterraba. Acrescentei duas mãos cheias de lentilhas vermelhas, um copo grande de água, sal e tapei. Deixei cozinhar, em lume baixo, durante quase duas horas (os talos são fibrosos e convém que cozam bastante, para que a sopa não fique cheia de fios duros). Findo este tempo, acrescentei mais água, passei com a varinha mágica, acertei o sal e servi! Na tigela, um fio de azeite completa a sopa.

.

Infelizmente não tenho fotografia. Na altura achei que era somente uma sopa e que não valia a pena. Ainda não aprendi a fotografar tudo o que mexe e a decidir depois 😉 Mas ficou muito saborosa e foi uma excelente forma de aproveitar todos estes pedaços de legumes, perfeitamente bons, que iriam para o lixo.

Eu detesto desperdício e estou sempre à procura de novas formas de aproveitar as coisas que vão sobrando por aqui. Outra dica excelente é esta da Laila, óptima para aproveitar qualquer casca de citrino. Até se pode guardar as cascas, juntar bastantes e depois fazer. E se for demasiado para consumo interno, pôr algumas num frasquinho bonito e oferecer! Foi o que eu fiz! 😉

Adorei este evento. De todos os que vi pela blogosfera, foi o que achei mais útil e importante. E por isso gostava de ver mais participações! Quais são as vossas dicas de aproveitamento integral de alimentos?

Read Full Post »

Eu gosto muito de sopa. E como sopa todo o ano, Verão, Inverno, Primavera e Outono. Não sou grande fã de sopas frias, quando como sopa é mesmo sopa, daquelas quentes que aquecem o corpo e alma. No pino do Verão, por isso, não me apetece muito. Mas vivendo ao pé do mar é raro ter noites tão quentes.

Mas o Verão este ano tardou em chegar. Parece que finalmente cá está, hoje está sol e já estive na varanda, a respirar o calor no ar. Gosto do Verão. Sobretudo à noite, quando o ar cheira ao sol do dia que já passou e ao mar aqui tão perto.

Mas há uns dias, as noites ainda estavam frias. De ir à varanda e sentir um arrepio. E é nessas noites que mais me apetece sopa. Para ajudar à inspiração, os blogues brasileiros, anunciando o Inverno que lá chega, têm-se enchido de receitas maravilhosas de sopa. O jantar seria sopa.

Abro o frigorífico para ver o que lá há. E o molho de beterrabas, da rama curiosa da última visita ao mercado, decidiu por mim. Nunca tinha feito sopa de beterraba. Mas já não ia descansar enquanto não fizesse. Corro para a net, leio muitas receitas. Apetecia-me fazer algumas que vi, com beterraba e alho assado, depois transformados em sopa. Mas eram processos demorados que teriam de ficar para uma próxima vez.

Queria uma sopa simples, nada de borcht, com natas azedas. Numa panela grande, num fio de azeite, salteei duas cebolas médias. Juntei 4 beterrabas médias, cortadas em cubos pequenos. Por cima, meia courgette. Uns minutos depois, entrou a rama e folhas das beterrabas e 400ml de caldo de legumes. Tapei e deixei-as cozinhar lentamente, em lume brando.

Quando já estava tudo bem cozinhado, acertei o sal, juntei água e passei. Acertei novamente o sal, a água e voltou ao lume. Deixei-a cremosa. Como queria que a sopa fosse uma refeição completa, juntei-lhe dois punhados de massinhas e deixei cozer. Quando já estavam quase quase, dois punhados de ervilhas tortas, quase só para escaldar de forma a manterem-se crocantes.

Quando o Zé entrou em casa, o delicioso cheiro a sopa encheu-lhe as narinas. “Hmm, cheira tão bem!”. Mas bastou abrir a panela para a dúvida saltar: “Beterrabas?…”. Eu sabia que ele não gostava muito de beterrabas. Mas o creme estava tão saboroso que ele teve de se render!

Read Full Post »