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Archive for the ‘Canela’ Category

Aprender a gostar de abóbora. Experimentar coisas novas e apaixonar-me perdidamente, cair de quatro, redonda. Repetir a receita, uma e outra vez. Ficar feliz por ainda haver abóbora no congelador, quando há uma semana estava sem saber o que lhe fazer. Agora já sei: muffins. Muffins da Dorie, à sexta ou em qualquer outro dia. E com pequenos pedaços de chocolate, como tesouros escondidos na massa. Porque quase tudo fica melhor com chocolate.

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Muffins de abóbora, nozes e chocolate negro

(levemente adaptados do cada vez mais maravilhoso Baking)

12 muffins

  • 2 medidas de farinha de trigo
  • 2 colheres chá de fermento químico
  • ¼ colher chá de bicarbonato de sódio
  • ¼ colher chá de sal fino
  • 3/4 colher chá de canela em pó
  • 3/4 colher chá de gengibre em pó
  • 1 pitada de noz moscada
  • 115g manteiga sem sal, à temperatura ambiente
  • ½ medida de açúcar branco
  • ¼ medida de açúcar amarelo
  • 2 ovos grandes, à temperatura ambiente
  • ½ colher chá de extracto de baunilha
  • 1 medida de puré de abóbora (preparado como indicado aqui)
  • ¼ medida de buttermilk (¼ medida de leite + 1 colher chá de vinagre)
  • ½ medida de nozes grosseiramente picadas
  • ½ medida de chocolate negro grosseiramente picado

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Prepare um tabuleiro de muffins, untando-o bem ou colocando forminhas de papel. Reserve.

Misture bem, com um garfo ou um batedor de varas, a farinha, o fermento, o bicarbonato, o sal e as especiarias. Reserve.

Com a batedeira, bata a manteiga até que esta fique cremosa. Acrescente os açúcares e bata até obter um creme homogéneo e claro. Acrescente então um ovo de cada vez, batendo sempre para o incorporar na massa. Junte a baunilha.

Reduza a velocidade e adicione o puré de abóbora e o buttermilk. Se a massa talhar não se preocupe – é normal e não vai alterar em nada o resultado final.

Com uma espátula, envolva os ingredientes secos na massa, mexendo só até que desapareça toda a farinha. Acrescente as nozes e o chocolate, envolvendo-os rapidamente e sem bater mais a massa.

Divida-a pelas 12 forminhas – uma colher de gelado é ideal para garantir que todas têm a mesma quantidade de massa e que cozem de forma homogénea. Leve ao forno pré-aquecido por 20 minutos ou até que um palito inserido no centro de um muffin saia seco.

Retire do forno e transfira-os para uma grade. Deixe arrefecer completamente.

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Não estava à espera que fossem tão bons, confesso. Fiquei desconfiada até à primeira trinca, momento de irremediável conversão. Não sei por que insisto em me espantar, quando já devia saber que tudo o que sai das mãos da Dorie é maravilhoso.

Estes muffins em tons quentes de Outono, a espalhar aromas inebriantes pela casa, são dos melhores que já comi. São fabulosos no próprio dia, ainda ligeiramente crocantes, mas aguentam-se lindamente 3-4 dias, se guardados em recipiente hermeticamente fechado.

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Chove nuns dias, faz sol nos outros. A escola já aperta em trabalho mas a cabeça ainda se sente de férias. Já é Outono ou ainda o fim do Verão?

O fim dos pêssegos à vista fez com que enchesse a minha cesta com mais olhos que barriga e os coitados cá ficaram, a finar-se como o mês de Setembro, tristemente acompanhados de umas ameixas demasiado ácidas para a minha boca. Era urgente não desperdiçar os últimos gomos de Verão, o resto do sumo dourado e doce dos dias que se arrastam em raios de sol. Uma sobremesa com um pé na estação que entra e a saudade na estação que se vai, quente e fria e indecisa como estes últimos e primeiros dias.

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Cobbler de pêssego e ameixa

(imaginado a partir do da Patrícia)

recheio:

  • 90g açúcar branco
  • 2 colheres sopa de farinha de trigo
  • raspa de 1 limão pequeno (usei lima, que era o que tinha em casa)
  • ½ colher chá de gengibre em pó
  • ½ colher chá de canela em pó
  • 1 colher sopa de folhas de tomilho limão, fresco
  • 1kg de pêssegos e ameixas, cortados em gomos

cobertura:

  • 100g farinha de trigo
  • 2 colheres sopa de açúcar branco
  • 1 colher chá de fermento em pó
  • 30g manteiga com sal, gelada e cortada em cubos pequenos
  • 120ml de natas frescas
  • açúcar demerara para polvilhar

Pré-aqueça o forno a 190ºC. Unte com manteiga um recipiente de forno (usei um pirex) e reserve.

Para o recheio: num recipiente grande, misture o açúcar, a farinha, raspas de limão, canela e gengibre. Acrescente os pêssegos e ameixas fatiados e misture cuidadosamente, envolvendo-os bem na mistura de açúcar e especiarias. Disponha a fruta no recipiente de forno previamente untado. Polvilhe com as folhas de tomilho e reserve.

Para a cobertura: numa tigela, misture a farinha, o açúcar e o fermento. Adicione a manteiga e, usando as pontas dos dedos, esfarele-a com a farinha, para obter uma massa semelhante a migalhas. Acrescente as natas e misture com um garfo, até ter uma massa macia – pode precisar de acrescentar mais farinha; se for o caso, faça-o uma colher de sopa de cada vez. Leve ao frigorífico durante 10 minutos.

Retire a massa do frigorífico. Com ajuda de uma colher de sobremesa, faça pequenas bolas de massa e disponha-as sobre a fruta – não se preocupe se não cobrir todo o recheio. Polvilhe com o açúcar demerara e leve a assar, 30-40 minutos ou até que a massa esteja dourada e o recheio esteja a borbulhar. Retire do forno e deixe arrefecer 10 minutos. Sirva simples ou com uma bola de gelado de nata.

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O cobbler foi feito para o almoço e pouco sobrou para a fotografia. Estava em pleno esforço criativo quando vejo uma pata entrar pelo enquadramento – só tive tempo de disparar e dar uma palmadinha no gato atrevido. Salvou-se a última taça, que me fez companhia no sofá, neste domingo dividido entre o descanso e o trabalho de preparação da semana. Parece que chegámos mesmo ao fim das férias.

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Há receitas que teimam em ficar mal nas fotografias e que acabam por nos vencer pelo cansaço. Há dias em que nada parece estar no ponto exacto – a luz é má e eléctrica, o enquadramento uma desgraça e nem o prato ajuda. Junte-se a isso a fome que espera pelo fim da sessão  e a falta de paciência de quem não faz disto vida e o resultado só pode ser fraco.

E depois fico ali, naquele limbo entre as más fotografias e as excelentes receitas. As menos boas esquecem-se, não fazem falta. Mas as boas, aquelas que nos agarraram pelo nariz e pelo estômago, merecem ser partilhadas. Mesmo que as fotografias, em sessões sucessivas, não lhes façam justiça.

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Beringelas à grega

(adaptado de How to roast a lamb, Michael Psilakis)

para 4 pessoas

  • 4 beringelas pequenas, cortadas ao meio
  • 250g carne de vaca picada
  • 1 cebola pequena, finamente picada
  • 2 folhas de louro
  • 2 colheres sopa de pasta de tomate
  • 80ml vinho tinto
  • 800ml água
  • 1 colher chá de tomilho seco
  • 2 colheres chá de canela
  • azeite
  • sal
  • queijo mozzarella ralado
  • um punhado de ervas frescas (hortelã, salsa e cebolinho)

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Faça cortes diagonais na polpa das beringelas, em cruz. Pincele-as com azeite e tempere com sal e um bocadinho de canela. Embrulhe cada meia beringela em papel de alumínio e leve a assar até que estejam tenras, 30-40 minutos. Retire do forno e, com uma colher, tire a polpa da beringela, tendo cuidado para não furar a pele. Pique a polpa retirada e reserve.

Num tacho grande, em fogo médio-alto, frite ligeiramente a cebola, em azeite (2-3 minutos). Acrescente a carne e deixe corar, mexendo frequentemente. Adicione a polpa das beringelas, o louro, 1 colheres de chá de canela e a pasta de tomate. Mexa continuamente durante 1 a 2 minutos. Junte o vinho tinto ao tacho e mexa bem. Deixe evaporar todo o álcool. Acrescente então a água, o tomilho, 1 colher de chá de sal e deixe ferver. Reduza então o fogo, cubra parcialmente o tacho e deixe cozinhar até que o molho esteja quase seco, 60-65 minutos. Verifique e mexa com frequência.

Pré-aqueça o forno a 175ºC. Ponha as beringelas num recipiente e recheie-as com o molho de carne. Cubra com o queijo ralado e leve ao forno durante 15 minutos, até que a cobertura esteja dourada. Retire, regue com um fio de azeite (ou com a gordura que tenha ficado no fundo da travessa) e polvilhe com as ervas frescas picadas.

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Cá em casa este prato foi uma aposta arriscada. Sou a única fã de canela da nossa mesa e, para não abusar, reduzi um bocadinho as quantidades da receita original. Para nós ficou óptima assim – tanto que se eu não lhe dissesse que tinha canela, ele não adivinhava, apesar de ela estar, inquestionavelmente, ali e de ser muito responsável pelo sabor final deste prato.

É uma receita leve, se servida com uma salada. Ou mais substancial, se acompanhada de arroz. De uma forma ou de outra, é uma boa ideia para as beringelas que já andam por aí e que vão continuar a aparecer até Outubro.

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Há dias doces de açúcar e outros que o são de surpresas e descobertas. Dias em que nos enchem o colo de coisas bonitas e gestos simpáticos. Há uns meses, a More than Cookies deu-me um desses dias, com um convite impossível de recusar.

A More than Cookies é uma pequena empresa, sem loja física, com produtos de encantar. E as simpáticas meninas que enchem a montra dos sonhos convidaram o Caos para conhecer e experimentar. Fossem os meus armários infinitos, para tantas vontades. Escolhi as fairy cake baking cases, caixinhas para bolos que só podem ser especiais.

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Muffins de mirtilos e streusel

(adaptado de duas receitas do How to cook everything vegetarian, Mark Bittman)

muffins:

  • 3 colheres de sopa de óleo vegetal
  • 250g farinha de trigo
  • 50g açúcar
  • ½ colher chá de sal
  • 3 colheres chá de fermento
  • 1 ovo
  • 1 medida de leite
  • 1 medida de mirtilos

streusel:

  • 50g açúcar amarelo
  • 1 colher chá de canela
  • 1 medida de nozes finamente picadas
  • 2 colheres de sopa de manteiga derretida

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Prepare as formas de muffins (num tabuleiro raso ou de muffins, se forem formas redondas) e reserve.

Streusel: misture todos os ingredientes, tentando que a manteiga humedeça o máximo possível dos ingredientes secos. Reserve.

Muffins: misture os ingredientes secos numa tigela e reserve. Noutro recipiente, bata o ovo com o óleo. Misture os ingredientes secos com a mistura de ovo e envolva rapidamente, sem bater. Se se virem pedacinhos de farinha não faz mal, a massa deve ficar com aspecto encaroçado e não liso. Acrescente à massa metade do streusel previamente preparado e os mirtilos. Envolva ligeira e rapidamente.

Distribua a massa pelas formas preparadas, até 2/3 da altura e sem mexer demasiado a massa. Cubra os muffins com a metade restante do streusel.

Leve ao forno aproximadamente 20 minutos ou até que um palito inserido no centro saia seco. Retire os muffins do forno e deixe arrefecer sobre uma grade.

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Esta receita foi preparada quando ainda havia mirtilos. Estes podem ser omitidos ou substituídos, sem problema. Em caso de omissão, acrescentar raspa de limão à massa parece-me uma alternativa muito saborosa. O streusel, com as nozes (que também podem ser substituídas por outro fruto seco) dá um toque crocante delicioso à receita. E as caixinhas das fadas da More than Cookies elevam um simples lanche a um acontecimento a ser partilhado com alguém especial.

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O tempo que passo na cozinha diminui drasticamente com a proximidade dos exames. Há umas semanas uns, daqui a umas semanas outros. E pelo meio parece que quase não há tempo para nada. Mas a barriga não faz pausa e exige alimento. Tem sido calada a sopas na maioria dos dias, que dão pouco trabalho, aquecem e alimentam. E de vez em quando a alguma coisa mais especial.

Há uns tempos atrás, o Zé esteve na Austrália a trabalho. E voltou de lá cheio de coisas boas para mim, dentre as quais dois livros do Bill Granger. Confesso que na altura não o conhecia. Mas os livros cativaram-me facilmente, cheios que são de promessas de vida calma e produtos frescos, muitos vindos do mar. E é dele a receita que nos aqueceu um jantar em dia de vida menos apressada.

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Guisado marroquino de peixe

(in Every Day, Bill Granger)

Ingredientes:

(4 pessoas)

  • 1 colher sopa de azeite
  • 1 cebola grande, em fatias finas
  • 1 dente de alho esmagado
  • 2 colheres chá de gengibre fresco ralado
  • 1 colher chá de cominhos
  • 1 colher chá de curcuma (o falso açafrão)
  • 1 pau de canela
  • 1 pitada de piri-piri
  • 400g tomates pelados (de lata)
  • 1 pitada de sal
  • 500g de peixe branco (usei corvina)
  • 400g de grão de bico cozido
  • 2 colheres chá de mel
  • coentros frescos
  • amêndoas

Aqueça o azeite numa panela, em lume médio. Junte a cebola e cozinhe, mexendo ocasionalmente, até que esteja translúcida. Adicione o alho, o gengibre, os cominhos, a curcuma e a canela e cozinhe mais uns 2-3 minutos. Acrescente então o piri-piri, os tomates, o sal e 250ml de água. Cozinhe, mexendo frequentemente, durante 10 minutos. Junte o peixe (cortado em pedaços e limpo de espinhas) e cozinhe durante 5 minutos ou até que o peixe esteja tenro. Adicione o grão de bico e o mel e cozinhe mais uns 5 minutos. Acerte os temperos.

Sirva polvilhado de coentros frescos e amêndoas grosseiramente picadas e acompanhado de arroz basmati, simplesmente cozido em água e sal.

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Este guisado, levemente exótico e quente, mas simultaneamente leve, é perfeito para estas noites frias, em que o vento uiva lá fora e insufla a nossa vontade de calor e conforto. Também deveria ficar muito bom com pedaços de damascos secos, polvilhados por cima, com as amêndoas e os coentros, num contraste perfeito de texturas e sabores. A nós levou-nos a terras distantes, onde o vento empurra a areia e as dunas são a perder de vista.

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pecados enrolados em canela

Já estabelecemos por aqui que fazer dieta é chato. E acredito que seja ainda mais chato para quem me lê. Afinal vai-se passear as vistinhas, babar um bocadinho pela blogosfera culinária, e dar de caras com sopas e frangos grelhados semana após semana não é propriamente razão para voltar. Portanto, aqui pelo Caos, irá continuar a aparecer, de vez em quando – que uma vez não são vezes! – uma coisa boa. Um pedaço de mau caminho. Um pecado calórico. Só para agradar a quem me lê, claro, que eu cá sou muito fiel à minha dieta.

E desta vez até fui. Porque esta receita está guardadinha desde o final de Agosto, ainda a dieta era plano distante. É uma receita que estava na minha lista há imenso tempo e que me apetecia muito experimentar. Mas parecia dar muito trabalho e era raro o dia em que me apetecia passar horas na cozinha. Aproveitei um dia em que a Cláudia cá veio aprender a cozinhar umas coisinhas e pusemos mãos à obra, com uns pequenos ajustes. E pelo caminho enchemos a cozinha de manteiga…

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Cinnamon rolls

(receita da Ana Elisa)

Ingredientes

Massa

  • 45 + 15g água
  • 5g fermento biológico seco
  • 35 + 220g farinha de trigo
  • 17g açúcar branco
  • 5g sal
  • 80g leite
  • 140g manteiga (à temperatura ambiente)

Recheio

  • 60g açúcar branco
  • 2g canela em pó
  • manteiga derretida

Num recipiente, misture os 45g de água com o fermento, dissolvendo bem. Deixe repousar 10 minutos (ou até começar a fazer bolhinhas). Polvilhe os 35g de farinha e deixe descansar mais 15 minutos.

Num outro recipiente, misture o açúcar, sal, leite e os 15g de água. Mexa bem, para dissolver os ingredientes secos.

Peneire os 220g de farinha e junte-a ao fermento dissolvido. Acrescente a mistura líquida e amasse com as mãos até obter uma massa relativamente uniforme. Sove a massa 1 ou 2 minutos, mas não demasiado. Cubra e deixe levedar durante 40 minutos à temperatura ambiente.

Amasse novamente a massa para lhe retirar o ar. Leve ao frigorífico por 1 hora.

Enfarinhe uma superfície grande o suficiente para nela abrir a massa. Estenda-a até formar um rectângulo grande. Espalhe a manteiga em 2/3 da massa, mas deixando uma borda de 2cm. Dobre a massa como se fosse uma carta – o terço sem manteiga sobre a parte com manteiga, até meio, e uma segunda dobra sobre esse terço central. Rode a massa 90º e abra-a novamente com o rolo, só no comprimento, até obter um rectângulo semelhante ao inicial. Nesta fase é preciso ter muito cuidado – a massa é frágil e rasga facilmente e ao fazê-lo fica tudo coberto de manteiga. Dobre novamente como se fosse uma carta e leve ao frigorífico por 30 minutos.

Ao fim de 30 minutos, abra novamente a massa num rectângulo. Dobre da mesma forma e leve de novo ao frigorífico, mais 30 minutos. Repita este processo novamente – estenda, dobre, mais 30 minutos de frigorífico.

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Prepare uma forma de muffins, untando-a com manteiga. Abra a massa num rectângulo, até que fique aproximadamente com 0,5 cm de espessura.

Misture a canela e o açúcar. Com um pincel, espalhe manteiga derretida sobre a massa, apenas o suficiente para que o açúcar cole. Polvilhe o rectângulo com o açúcar e a canela.

Enrole a massa, apertando ligeiramente. Com uma faca afiada, corte 12 fatias iguais (uma por cada buraco da forma de muffins) e, com muito cuidado, transfira as fatias para a forma. Deixe levedar 30 minutos, para que a massa cresça.

Asse então por 15-20 minutos, até que a massa esteja seca e os bordos dourados. Retire das formas e deixe arrefecer sobre uma grade.

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Os rolls não eram nada como eu esperava. Eu estava à espera de uma massa densa, pesada, mas eles eram leves como nuvens e muito, muito suaves. A receita original tinha calda, mas nós optámos por mantê-los assim, mais simples, para melhor saborear a massa e a canela.

Não foram todos comidos no dia porque a lição tinha sido intensiva e havia muita coisa boa para provar. À noite guardei-os num recipiente hermeticamente fechado e no dia seguinte estavam ainda deliciosos, apesar de ligeiramente mais secos. A massa continuava a abrir-se em folhas, quando se partiam com as mãos, e a deixar entrever a canela que o açúcar, ao derreter, tinha entranhado nas dobras. Eram uma tentação e se não estivesse de dieta talvez esquecesse todo o trabalho que deram e me voltasse  a deixar enrolar.

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Os aniversários são para comer coisas boas. Também são para celebrar, claro, mas, cá entre nós, os aniversários foram inventados por gente gulosa.

E foi por isso que, como boa gulosa que sou (apesar de preferir os salgados aos doces), não pude recusar o convite da Moira, do Tertúlia de Sabores, para participar nas celebrações do 2º aniversário do seu fantástico blog. A Moira, como boa gulosa que também é, resolveu convidar umas boas mãos cheias de outros gulosos, para juntos fazermos a festa. E que festa que tem sido!

Dei muitas voltas à cabeça e confesso que não estava a ser nada fácil escolher o que cozinhar para circunstância tão especial. Mas um dia, sozinha em casa, ao jantar, fiz um crisp de maçã e mal o provei soube que estava decidido: um crisp quentinho, para dar as boas vindas a Novembro e para celebrar em grande os 2 anos do Tertúlia de Sabores!

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Crisp de maçã
(adaptado daqui)

Recheio

  • 4-5 maçãs vermelhas
  • ½ medida de açúcar amarelo
  • ¼ colher chá de sal

Cobertura

  • 1 ½ medida de farinha
  • 1/3  medida de açúcar amarelo
  • ½ colher chá de canela
  • 1 pitadinha (muito pequenina!) de noz moscada
  • 1 pitadinha (muito pequenina!) de gengibre em pó
  • 110g manteiga derretida
  • ¼ medida de nozes
  • ¼ medida de amêndoas

Pré-aqueça o forno a 180ºC.

Descasque, descaroçe e corte as maçãs em cubos pequenos. Coloque-as numa tigela, misture-lhes o açúcar amarelo e o sal e reserve.

Noutra tigela, misture farinha, açúcar, canela, noz moscada, gengibre, nozes e amêndoas. Acrescente a manteiga derretida e misture bem com um garfo, até que tudo pareça migalhas.

Coloque as maçãs (e todo o sumo que tiverem soltado) num prato de forno. Cubra com as migalhas de cobertura e leve ao forno por 30 minutos (ou um pouco mais, para que o açúcar e os sumos caramelizem ligeiramente), a meio do forno para que o crisp não queime.

Sirva quente ou morno, com ou sem gelado de baunilha.

Enquanto assa, a casa enche-se do aroma das especiarias. O crisp, se ficar um bocadinho mais no forno, fica com um caramelo leve no fundo, com sabor a maçã. Óptimo para comer numa noite chuvosa.

Parabéns à Moira e ao seu Tertúlia de Sabores. Que nos inspire por muitos e muitos mais anos!

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O maravilhoso blog da Patrícia é um paraíso para os fãs de cookies, como eu. Ela adora e experimenta muitas receitas, que partilha com quem a quiser ler. Além disso, tira fotografias lindas, que dão ainda mais vontade de correr para a cozinha.

Por isso, quando comecei a procurar uma receita para utilizar as pecans que o Zé tinha trazido de Chicago, uma das minhas paragens obrigatórias foi o Technicolor Kitchen. Encontrei várias receitas interessantes, aumentando consideravelmente a lista de cookies do meu del.icio.us! Quando vi estes, soube que tinha encontrado a receita certa. Gosto muito, mas mesmo muito, de canela e a combinação despertou logo campainhas aqui no cérebro, evocando o perfume ainda não sentido que estes cookies, certamente, espalhariam pela casa.

Não alterei nada à receita que a Patrícia fez, que é da Donna Hay.

 

Cookies de canela e pecans

Ingredientes

  • 125g de manteiga sem sal, amolecida
  • 110g de açúcar branco
  • 44g de açúcar mascavado claro
  • 1 ovo
  • 188g de farinha de trigo
  • 1 colher chá de fermento em pó
  • 1 colher chá de canela em pó
  • 150g de pecans grosseiramente picadas

Fiz tudo da forma mais simples possível. Na batedeira coloquei os açúcares e a manteiga, até obter um creme. Juntei o ovo e bati mais um pouco. Bati depois a farinha, o fermento e a canela. Retirei o recipiente da batedeira e, à mão, incorporei as pecans. Fácil! Com uma colher de sopa distribuí a massa por assadeiras forradas a papel vegetal. Levei ao forno, a 180ºC, durante pouco menos de 20 minutos. Consegui 24 cookies, só com uma receita.

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Como sempre, partilhei os cookies. Era isso ou comê-los todos sozinha, o que não é opção viável… O meu pai adorou-os, mesmo com a manteiga (de que ele não gosta). A canela e as pecans fazem uma combinação incrível e acho que os comeu todos nessa mesma noite! Gosto de fazer cookies também por isto – partilhá-los é, de uma forma inocente, espalhar alegria. Como dizia a personagem da Maggie Gyllenhaal no filme Stranger than Fiction, os cookies podem ser uma forma de fazer do mundo um lugar melhor, porque fazem de quem o habita pessoas mais felizes. E ela decide que a sua contribuição para um mundo melhor é deixar o curso de Direito, em Harvard, e abrir uma bakery. Adorei!

 

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bolo-de-noz.jpg

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Continuo na onda dos bolos saudáveis. Ou mais saudáveis, digamos. Sempre que me apetece um bolo ou um doce tento fazer um que seja menos calórico e ao qual junte algo que acrescente à saúde, em vez de simplesmente tirar. Este bolo nasceu dessa vontade, conjugada com a existência de uma grande quantidade de nozes. E desta vez nasceu de improviso total.

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Bolo de noz, cenoura e canela

Ingredientes

  • 1 chávena de açúcar mascavado claro
  • 1 chávena de açúcar cristal
  • 1 chávena de farinha integral
  • 2 chávenas de farinha branca
  • 4 ovos
  • 4 colheres de sopa de manteiga
  • 4 colheres de sopa de leite
  • 1 colher chá fermento em pó
  • 1 cenoura grande ralada
  • 1 chávena de nozes partidas em pedaços não muito pequenos
  • 1 colher chá de canela

Numa tigela, bati as gemas com os dois açúcares, até ter um creme. Juntei a manteiga derretida. Misturei a canela e o fermento com as farinhas e fui juntando, intercalados, farinha e leite. Envolvi a cenoura ralada e as nozes e por fim incorporei, levemente, as claras batidas em castelo. Foi ao forno, a 160ºC, até estar pronto.

Ficou bom, muito saboroso. Mas um pouco seco. Da próxima vez talvez substitua a manteiga e o leite por 3/4 chávena de óleo vegetal, para ficar um bolo mais fofo e menos pesado. Mas de sabor agradou muito e, como sempre, o marido lá o levou quase todo, às fatias, para o trabalho!

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O bolo incógnita

Este post é diferente: vou falar de uma receita que ainda não provei! Neste momento está no forno e a massa crua estava deliciosa – será que o resultado final também fica?…

Tinha umas maçãs velhas em casa, a precisar de aproveitamento. Daquelas que já estão murchas e feias, mas ainda cheias de sabor por dentro. Eram pequeninas e já não me lembro se vieram do quintal dos avós do Zé (meu marido) ou se as comprei. Sei que estavam a dar as últimas. Pensei fazer um bolo de maçã, meio light, do qual eu pudesse comer um bocadinho e que o Zé pudesse levar para o trabalho, como miminho caseiro. Mas eu não tinha nenhuma receita de bolo de maçã…

Hoje, a internet é a mãe de todos os remédios. Toca então de ir para o computador à caça da receita de bolo de maçã. Vi muitas, tantas, demasiadas para referir. Quase todas levavam manteiga – que eu não tinha em casa e não queria usar. Acabei por não usar nenhuma – mas por beber inspiração de quase todas. Fui para a cozinha sem receita, mas com disposição para as experiências… Ainda não sei se ficou bom – sei que a massa, antes de ir para o forno, estava deliciosa! E fica já a receita, que eu tenho tendência a esquecer-me das coisas…

 

Bolo de maçã, cenoura e canela

Ingredientes:

  • 8 maçãs pequeninas (deve dar umas 3 grandes)

  • 2 chávenas (cups) mal cheias de açúcar mascavado claro

  • 3 chávenas mal cheias de farinha

  • 4 ovos (que também precisava urgentemente de usar)

  • 4 colheres sopa de óleo

  • 1 colher chá fermento para bolos

  • 1 cenoura pequena

  • 1/2 colher chá essência de baunilha (não consigo encontrar extracto por aqui…)

  • canela

  • sal

Descasquei e cortei as maçãs em lâminhas não muito finas (como as maçãs eram pequeninas, os pedaços ficaram pequenos também). Polvilhei-as com canela e reservei. Piquei a cenoura no processador com 1/4 da maçã.

Misturei as gemas com o açúcar e bati bem. Juntei a mistura de cenoura e maçã picada, o óleo e a baunilha e misturei bem. Adicionei a farinha, o fermento e uma pitada de sal e bati. Envolvi suavemente nesta massa as claras batidas em castelo. No final, juntei a maçã com a canela e envolvi levemente.

Está no momento no forno, em forma de buraco no meio untada com manteiga e farinha. E eu estou em pulgas!

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