A receita de hoje foi feita num daqueles dias da semana passada em que ainda estava sol e calor. Neste momento, da minha janela escorre água e consigo ouvir o vento lá fora. Já não é bem o tempo para saladas, antes para uma sopa quente. Mas a sugestão de hoje, robusta e saborosa, poderá ser a excepção.

Salada de feijão branco, tomate assado e chouriço
(adaptada da Olive de Maio 2009)
Ingredientes:
- 1 lata 850g de feijão branco
- 500g tomates
- 100g chouriço, fatiado fino
- 1 cebola grande
- 1 colher sopa de vinagre balsâmico
- 1 colher sopa de mel
- 100g alface
- 100g espinafres
- 5g manjericão fresco
- azeite
- sal
Algumas notas sobre os ingredientes, antes de começarmos: o feijão pode – e deve! – ser do seco, cozido em casa. Não foi porque não me tinha lembrado de o demolhar e, como tal, o de lata foi a solução. No entanto, o seco é mais saboroso, mais saudável, mais ecológico e mais barato – só vantagens! Como o chouriço vai aqui assumir um papel de destaque, deve ser bom chouriço. Eu usei um de Barrancos, da Selecção do Continente. Os tomates, na receita original, eram tomate-cereja. Mas como esses são muito mais caros e raramente nacionais, usei antes tomates portugueses, pequeninos e bem maduros.
Pré-aqueça o forno a 180ºC. Corte os tomates ao meio (ou em quartos, se forem demasiado grandes) e disponha-os num tabuleiro de forno. Tempere com sal, azeite e orégãos e leve a assar por aproximadamente 20min. Quando estiverem prontos, retire-os do forno e reserve.
Lave então os feijões e escorra muito bem. Coloque-os numa vasilha grande e reserve.
Frite o chouriço, cortado em tiras finas e não muito largas, numa frigideira anti-aderente, sem adição de gordura, até que esteja ligeiramente crocante. Reserve.
Limpe a frigideira com um papel de cozinha e aqueça 4 colheres de sopa de azeite. Junte a cebola, picada ou cortada em gomos finos, e deixe cozinhar ligeiramente, até que esteja dourada. Acrescente então o vinagre e reduza. Junte o mel e mexa bem para emulsionar. Tempere de sal e despeje este molho sobre os feijões e misture bem.
Leve a frigideira novamente ao fogo e, numa colher de sopa de azeite, salteie ligeiramente as folhas de espinafre, só para as cozinhar ligeiramente. Acrescente-as ao feijão.
Corte a alface em tiras finas e junte também ao feijão. Acrescente o chouriço e os tomates reservados e mexa novamente. Corte o manjericão em tiras muito finas e junte à salada. Mexa novamente e sirva.

Esta salada, de sabores fortes, é deliciosa. Os tomates não devem ser assados em demasia, para que sejam ainda sumarentos e acrescentem o seu sumo ao molho da salada. Não tenho mais feedback que o meu para vos dar, porque a fiz num dia em que o Zé não estava. Mas confiem em mim – é muito boa!
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Para sobremesa, outra receita repescada. Não me levem a mal, mas as tentativas de fazer dieta não se compatibilizam muito bem com sobremesas… Além disso, esta é tão boa que merece um bis!

Bloody panna cotta
Ingredientes:
Panna cotta
- 200ml de natas líquidas
- 1/2 vagem de baunilha
- 20g de açúcar
- 1 (ou 2) folhas de gelatina incolor e sem sabor
Compota de toranja vermelha
- 1 toranja vermelha grande
- 3 colheres sopa de açúcar
Comece por hidratar as folhas d gelatina num pouco de água. Reserve.
Numa panela pequena, misture as natas, as sementes de baunilha (ou, em alternativa, duas colheres de chá de extracto de baunilha), a fava de baunilha e o açúcar. Leve a lume brando e mexa sempre, devagar, até ferver. Retire do fogo e deixe repousar 10 minutos. Retire então a fava de baunilha (se a tiver usado). Escorra muito bem a gelatina, retirando-lhe o máximo de água possível. Junte-a às natas e mexa bem, para que se dissolva completamente. Coloque em recipientes individuais e leve ao frigorífico até endurecer (pelo menos 4 horas).
Enquanto espera, prepare a compota. Descasque a toranja e retire todas as peles dos gomos. Não se preocupe com mantê-los inteiros, não há problema que se desfaçam. Não é um trabalho agradável nem fácil, mas tem 4 horas para o fazer. Num tacho pequeno, leve a toranja e o açúcar a lume brando, mexendo ocasionalmente. Quando tiver adquirido a consistência de uma compota espessa, retire do tacho para um recipiente de vidro e deixe arrefecer.
Antes de servir as panna cottas, coloque sobre cada uma uma generosa colher de sopa de compota.
Esta foi a segunda panna cotta que fiz cá em casa. Fi-la a medo, achando que o Zé não ia gostar da compota. Mas o sabor fresco da panna cotta combinou tão bem com o doce meio ácido da toranja que não houve resmungos, só sons de satisfação e colheres a bater nos copos!
Vamos então a contas:

A única coisa que falta nas minhas contas é a vagem de baunilha. Já as encontrei a preços muito variados e posso afiançar que as que se encontram no Continente, da marca Vahiné, são das mais caras que já vi. As melhores que comprei encontrei-as numa loja Celeiro, mas já comprei muito boas noutros sítios e consideravelmente mais baratas.
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Dica de poupança: vale a pena investir em algumas vagens de baunilha para algumas receitas. Mas as vagens são bens demasiado caros e preciosos para usar uma vez e deitar fora. Há várias coisas que pode fazer para extrair cada micrograma de sabor. Por exemplo, a vagem usada nesta receita. Pode lavá-la rapidamente em água corrente e deixá-la secar muito bem, guardando-a depois num frasco pequeno, cheio de açúcar, e fazer o seu próprio açúcar baunilhado. Pode, em alternativa, fazer o seu próprio extracto de baunilha, seguindo as instruções da Cinara.
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