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Archive for the ‘Feijão’ Category

Há muitos, muitos anos os meus pais pegaram em nós, pequenas, e levaram-nos à EuroDisney. E ficámos no hotel dos cowboys: quartos com beliches, colchas com cactos, cordas penduradas do tecto, fardos de palha pelo caminho. Lá, no hotel dos cowboys, aprendi que há gente que come feijões ao pequeno-almoço. Feijões com bom aspecto, num molho espesso com ar de tomate, mas que não se encaixam, ainda hoje, na minha primeira refeição do dia.

Ainda assim, fomos atrás daqueles feijões ao almoço, quando andávamos a passear na Frontierland, a terra do velho oeste lá do parque. E encontrámo-los, a eles e às batatas em gomos cozinhadas com casca e ao frango e às costelinhas em molho barbeque. Que molho era aquele? Não sabíamos, mas lambuzámos boca e dedos, deliciados.

Eu e o meu pai ficámos fãs. Volta e meia lá apareciam em casa latas de feijão da Hellman’s, com ar de terem saído daquelas panelas de ferro preto que os cowboys usam nos filmes, sobre a fogueira, no meio do nada. Não sabiam tão bem como a nossa cabeça imaginava, mas à falta de alternativa, tinham de chegar. Até agora.

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Frango e feijões em molho barbecue

(ligeiramente adaptado daqui)

  • 1 lata grande de feijão branco
  • 1 cebola
  • ½ pimento vermelho e ½ pimento verde
  • 100ml de molho barbecue (compro o meu no supermercado do El Corte Ingles)
  • 1 colher sopa de vinagre de vinho tinto
  • 1 colher sopa de xarope de bordo (ou mel)
  • 2 colheres chá de mostarda
  • paprika fumada
  • piri-piri
  • 1 folha de louro
  • sal
  • 2 peitos de frango pequenos
  • azeite

Pré-aqueça o forno a 160ºC.

Numa vasilha, misture o molho barbecue, o vinagre, o xarope de bordo e a mostarda numa tigela.

Pique a cebola e os pimentos. Num tacho que possa ir ao forno, aqueça um fio de azeite e refogue-os até que a cebola esteja translúcida. Escorra e lave o feijão e acrescente-o ao tacho, juntamente com o louro. Por cima, o molho, uma pitada generosa de paprika fumada, uma mais discreta de piri-piri. Misture bem e deixe cozinhar 10 minutos. Tempere então com sal. Aninhe bem os peitos de frango entre os feijões, para que fiquem bem cobertos pelo molho. Se tiver pouco molho, pode acrescentar um bocadinho de água.

Tape a panela e leve ao forno pré-aquecido, por 40-50 minutos. Sirva com fatias de pão rústico, torradas.

 

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Aprendo coisas novas todos os dias, mesmo sem querer. Mesmo quando, no mercado, ponho o feijão errado no saco. Chamo-lhe feijoca e ensinam-me logo que não, não é feijoca. É feijão patela. Aprendo e agradeço. Chego a casa e procuro o dito feijão na internet. Não consta. Disseram-me que era parecido com a feijoca, mas ligeiramente mais pequeno. E eu acredito, porque sei que quem me ensinou saberá destas coisas mais do que a internet. É um saber que lhes vem da experiência, do contacto com a terra e com o que ela dá, todos os dias. É aquele saber que é maior que o dos livros, que reúne em si a sabedoria de gerações. E eu acredito e acrescento um feijão novo à minha lista.

Um feijão novo, com o qual faço um novo prato. É uma variação de um habitual cá de casa, mas mais leve e mais saudável.

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Chili de peru, feijão patela e acelga

  • 350g carne de peru picada
  • 2 medidas de feijão patela seco, posto a demolhar de um dia para o outro
  • 2 pés de acelga
  • ½ pimento vermelho
  • 1 cenoura
  • 1 cebola grande
  • 2 dentes alho
  • 1 punhado de coentros, com talo
  • 1 lata pequena de tomate pelado
  • 1 colher café paprika
  • 1 colher café cominhos
  • ½ colher café piri-piri
  • 2 colheres café orégãos
  • sal
  • azeite

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Comece por picar grosseiramente a cebola, o pimento, a cenoura e os talos da acelga. Pique finamente o alho. Numa panela grande (eu usei a de pressão, por falta de tempo) aqueça um fio de azeite e refogue os legumes picados.

Quando a cebola estiver translúcida, acrescente o peru e frite ligeiramente, mexendo bem para não queimar. Acrescente o feijão, os coentros picados (talos e tudo) e o tomate pelado, esmagado entre os dedos. Misture bem. Tempere agora com as especiarias e acrescente o sal. Tape e deixe cozinhar em lume brando até o feijão estar quase pronto.

Acrescente então as folhas das acelgas em tiras finas e deixe cozinhar mais 15 minutos. Prove e ajuste o sal e restantes temperos.

Sirva simples, com uma fatia de pão torrado a acompanhar.

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Nós gostamos de coisas assim, quentes e reconfortantes. A dose acima dá para 4 pessoas, portanto duas refeições cá de casa e menos uma preocupação. Sabe-me bem à colher, como boa comfort food que é. Uma malga de chili quentinha, um episódio de qualquer coisa na televisão e o cansaço do dia fica logo mais leve.

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Ando sem tempo – que espanto! Mas para não começar já a queixar-me, digo: ando sem tempo mas feliz. Quem corre por gosto também cansa, mas cansa com mais prazer. Há dias em que chego a casa e só tenho forças para me deixar cair no sofá. Nesses dias o jantar não existe. Há fruta, iogurtes, cereais e sopa cá em casa, sempre. E no fim de um dia desses, é mais do que suficiente.

Mas o tempo falta-me também ao almoço. E por isso aderi recentemente à velha arte da marmita. Não tem sido fácil de gerir. É sempre preciso fazer coisas transportáveis e que aguentem bem o dia seguinte. E fazer a mais, a contar com 3 refeições em vez das 2 habituais. Mas tem corrido bem. Além do tempo, espero que me ajude a fazer uma alimentação ainda mais saudável e, se não for pedir demasiado, a perder algum peso. Tanta responsabilidade numa só marmita!

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Feijocas com molho de tomate e alho

(ligeiramente adaptado da revista Jamie, Janeiro 2011)

  • 300g feijocas frescas ou secas demolhadas durante a noite
  • 1 malagueta
  • 4 dentes de alho, com a casca
  • um punhado de salva seca
  • 3 tomates
  • 1 colher sopa de vinagre de cidra
  • azeite
  • sal
  • coentros
Na panela de pressão, coloque as feijocas, os tomates inteiros, os dentes de alho e a salva. Cubra com água, acrescente uma pitada de sal, feche bem a panela e deixe ferver. Quando a panela começar a apitar, reduza o fogo para médio baixo e deixe cozinhar 1h. Desligue e deixe sair o vapor.
Quando todo o vapor tiver saído, abra a panela e escorra a água que tiver sobrado. Descarte a salva. Tire as sementes à malagueta, a pele aos tomates e a casca aos dentes de alho e coloque tudo no copo da varinha mágica. Acrescente o vinagre, azeite a gosto e triture bem. Prove e acerte o sal.
Numa panela, aqueça um fio de azeite. Acrescente os feijões e deixe saltear muito brevemente. Junte o molho de tomate triturado e deixe reduzir ligeiramente. Sirva polvilhado com coentros frescos picados.
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Servi acompanhado com uma salada substancial, com legumes e nozes. Mas pode servir-se sobre arroz, branco ou integral, ou mesmo como acompanhamento de carnes.
Para a escola levei-as com um acompanhamento de legumes salteados e uma salada. Foram um almoço delicioso, porque aguentam lindamente o passeio e o aquecimento no microondas.

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Finalmente, o regresso. Que saudades desta cozinha. Das experiências, mesmo das menos bem sucedidas. Vamos ver se consigo voltar a alguma regularidade, que me faz tanta falta.

Infelizmente, não foi só o blog que deixei ao abandono. O 4 por 6 também sofreu com a minha falta de tempo. Mas  este projecto é composto por outras meninas, muito mais responsáveis e criativas do que eu, e manteve-se de boa saúde. Muito obrigada, Elvira, Laranjinha, Marizé, Suzana e Pipoka.

E é o 4 por 6 que me traz de volta hoje, ainda a meio da época de exames mas já a sonhar com uns dias de férias que vêm aí. Esta receita foi preparada há umas semanas, mas mal a provei soube que era óptima para o 4 por 6. Pode ser feita no momento ou no dia anterior, é nutritiva e quase vegetariana e, sobretudo, é muito saborosa.

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Chilli de 3 feijões

  • 1 lata pequena de feijão branco
  • 1 lata pequena de feijão preto
  • 1 lata pequena de feijão vermelho
  • 100g de bacon cortado em cubos pequenos
  • 2 cenouras médias
  • 1 pimento vermelho médio
  • 1 cebola grande
  • 4 dentes de alho
  • 2 tomates médios maduros
  • 150g polpa de tomate
  • 1 folha de louro
  • 1 colher café de cominhos em pó
  • 1 colher café de paprika
  • ½ colher café de piri-piri
  • 1 colher café de orégãos
  • sal
  • azeite

Num tacho grande, refogue num fio de azeite a cebola e o alho picados. Quando estiverem ligeiramente translúcidos, acrescente o bacon em cubos e deixe alourar um pouco. Junte a cenoura e o pimento, ambos em cubinhos pequenos, e deixe refogar 1 ou 2 minutos. Acrescente então os tomates cortados em cubos, a folha de louro e restantes especiarias e mexa bem. Dilua a polpa de tomate num pouco de água e acrescente também ao tacho. Mexa, junte sal e prove. Acerte o sal e as especiarias, baixe o lume, tape e deixe cozinhar 5 minutos.

Entretanto, escorra bem os feijões e lave-os em água corrente. Escorra novamente e coloque-os na panela. Acerte a quantidade de água (se quiser com mais molho, junte mais água), o sal e deixe cozinhar 10-15 minutos.

Sirva com arroz branco e salada de alface e hortelã, cortadas em tiras fininhas e temperadas com azeite e sumo de limão.

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Aqui, usei feijão em lata, que é, sem dúvida, o mais fácil de usar. Mas não é o mais económico nem o mais saudável, por isso se tiver tempo demolhe e coza feijão seco. Pode até aproveitar para cozer em excesso e congelar o restante, em porções individuais.

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Laranja com calda de cravinho

  • 4 laranjas
  • 2 cravinhos
  • 50g açúcar amarelo

Descasque as laranjas. Corte as cascas em pedaços e remova a parte branca, a mais amarga. Ferva as cascas durante 5 minutos. Num tacho pequeno, dilua o açúcar em igual quantidade de água. Junte as cascas fervidas e os cravinhos e deixe reduzir até fazer um xarope.

Entretanto, corte as laranjas em rodelas finas. Quando a calda estiver pronta, coe para retirar as cascas e o cravinho e deite por cima das laranjas. Leve ao frigorífico até à hora de servir.

Esta laranja é receita do meu pai. Costuma aparecer à nossa mesa todos os anos, no Natal – e foi por isso que me lembrei dela. É excelente comida no dia em que é feita, mas fica ainda melhor se passar uns dias na calda, no frigorífico. (lamento não ter fotografia, mas não consegui nenhuma apresentável)

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As contas:

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Dica de poupança: o congelador pode ser o nosso melhor amigo – congele sobras de vinho em sacos de cubos de gelo para usar em molhos e refogados; cabeças e espinhas de peixe (sem cozinhar) para fazer caldo, as partes dos legumes que não comemos para caldo de legumes. E para poupar tempo, pode fazer este chilli de 3 feijões a dobrar e congelar metade, para um dia em que não tenha tempo.

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4por6A receita de hoje foi feita num daqueles dias da semana passada em que ainda estava sol e calor. Neste momento, da minha janela escorre água e consigo ouvir o vento lá fora. Já não é bem o tempo para saladas, antes para uma sopa quente. Mas a sugestão de hoje, robusta e saborosa, poderá ser a excepção.

 

 

 

4 por 6 11 Maio II

Salada de feijão branco, tomate assado e chouriço
(adaptada da Olive de Maio 2009)

Ingredientes:

  • 1 lata 850g de feijão branco
  • 500g tomates
  • 100g chouriço, fatiado fino
  • 1 cebola grande
  • 1 colher sopa de vinagre balsâmico
  • 1 colher sopa de mel
  • 100g alface
  • 100g espinafres
  • 5g manjericão fresco
  • azeite
  • sal

Algumas notas sobre os ingredientes, antes de começarmos: o feijão pode – e deve! – ser do seco, cozido em casa. Não foi porque não me tinha lembrado de o demolhar e, como tal, o de lata foi a solução. No entanto, o seco é mais saboroso, mais saudável, mais ecológico e mais barato – só vantagens! Como o chouriço vai aqui assumir um papel de destaque, deve ser bom chouriço. Eu usei um de Barrancos, da Selecção do Continente. Os tomates, na receita original, eram tomate-cereja. Mas como esses são muito mais caros e raramente nacionais, usei antes tomates portugueses, pequeninos e bem maduros.

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Corte os tomates ao meio (ou em quartos, se forem demasiado grandes) e disponha-os num tabuleiro de forno. Tempere com sal, azeite e orégãos e leve a assar por aproximadamente 20min. Quando estiverem prontos, retire-os do forno e reserve.

Lave então os feijões e escorra muito bem. Coloque-os numa vasilha grande e reserve.

Frite o chouriço, cortado em tiras finas e não muito largas, numa frigideira anti-aderente, sem adição de gordura, até que esteja ligeiramente crocante. Reserve.

Limpe a frigideira com um papel de cozinha e aqueça 4 colheres de sopa de azeite. Junte a cebola, picada ou cortada em gomos finos, e deixe cozinhar ligeiramente, até que esteja dourada. Acrescente então o vinagre e reduza. Junte o mel e mexa bem para emulsionar. Tempere de sal e despeje este molho sobre os feijões e misture bem.

Leve a frigideira novamente ao fogo e, numa colher de sopa de azeite, salteie ligeiramente as folhas de espinafre, só para as cozinhar ligeiramente. Acrescente-as ao feijão.

Corte a alface em tiras finas e junte também ao feijão. Acrescente o chouriço e os tomates reservados e mexa novamente. Corte o manjericão em tiras muito finas e junte à salada. Mexa novamente e sirva.

4 por 6 11 Maio

Esta salada, de sabores fortes, é deliciosa. Os tomates não devem ser assados em demasia, para que sejam ainda sumarentos e acrescentem o seu sumo ao molho da salada. Não tenho mais feedback que o meu para vos dar, porque a fiz num dia em que o Zé não estava. Mas confiem em mim – é muito boa!

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Para sobremesa, outra receita repescada. Não me levem a mal, mas as tentativas de fazer dieta não se compatibilizam muito bem com sobremesas… Além disso, esta é tão boa que merece um bis!

4 por 6 11 Maio III

Bloody panna cotta

Ingredientes:

Panna cotta

  • 200ml de natas líquidas
  • 1/2 vagem de baunilha
  • 20g de açúcar
  • 1 (ou 2) folhas de gelatina incolor e sem sabor

Compota de toranja vermelha

  • 1 toranja vermelha grande
  • 3 colheres sopa de açúcar

Comece por hidratar as folhas d gelatina num pouco de água. Reserve.

Numa panela pequena, misture as natas, as sementes de baunilha (ou, em alternativa, duas colheres de chá de extracto de baunilha), a fava de baunilha e o açúcar. Leve a lume brando e mexa sempre, devagar, até ferver. Retire do fogo e deixe repousar 10 minutos. Retire então a fava de baunilha (se a tiver usado). Escorra muito bem a gelatina, retirando-lhe o máximo de água possível. Junte-a às natas e mexa bem, para que se dissolva completamente. Coloque em recipientes individuais e leve ao frigorífico até endurecer (pelo menos 4 horas).

Enquanto espera, prepare a compota. Descasque a toranja e retire todas as peles dos gomos. Não se preocupe com mantê-los inteiros, não há problema que se desfaçam. Não é um trabalho agradável nem fácil, mas tem 4 horas para o fazer. Num tacho pequeno, leve a toranja e o açúcar a lume brando, mexendo ocasionalmente. Quando tiver adquirido a consistência de uma compota espessa, retire do tacho para um recipiente de vidro e deixe arrefecer.

Antes de servir as panna cottas, coloque sobre cada uma uma generosa colher de sopa de compota.

Esta foi a segunda panna cotta que fiz cá em casa. Fi-la a medo, achando que o Zé não ia gostar da compota. Mas o sabor fresco da panna cotta combinou tão bem com o doce meio ácido da toranja que não houve resmungos, só sons de satisfação e colheres a bater nos copos!

 

Vamos então a contas:

 

4 por 6 - 11.05

A única coisa que falta nas minhas contas é a vagem de baunilha. Já as encontrei a preços muito variados e posso afiançar que as que se encontram no Continente, da marca Vahiné, são das mais caras que já vi. As melhores que comprei encontrei-as numa loja Celeiro, mas já comprei muito boas noutros sítios e consideravelmente mais baratas.

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Dica de poupança: vale a pena investir em algumas vagens de baunilha para algumas receitas. Mas as vagens são bens demasiado caros e preciosos para usar uma vez e deitar fora. Há várias coisas que pode fazer para extrair cada micrograma de sabor. Por exemplo, a vagem usada nesta receita. Pode lavá-la rapidamente em água corrente e deixá-la secar muito bem, guardando-a depois num frasco pequeno, cheio de açúcar, e fazer o seu próprio açúcar baunilhado. Pode, em alternativa, fazer o seu próprio extracto de baunilha, seguindo as instruções da Cinara.

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Já me debati longamente, no blog e fora dele, sobre os pratos deliciosos que dão péssimas fotografias. No que ao blog diz respeito, mais longamente ainda me debati sobre a sua publicação. A conclusão pessoal a que cheguei foi que não devia excluir uma receita deliciosa só porque a fotografia não é boa. Afinal, o blog é sobre comida, boa comida de preferência.

Claro que já todos sabemos que os olhos também comem – e eu como muito com os olhos. Dificilmente compro um livro de receitas, por exemplo, que não tenha fotografias. Claro que isto não é regra – se o livro for mesmo muito bom e não tiver fotografias, paciência, compro-o na mesma. É por isso que quando tenho receitas com más fotografias escolho publicar só aquelas que são mesmo muito boas.

É o caso deste frango. Foi inspirado nesta receita de frango à espanhola, mas fiz-lhe tantas alterações que já não é exactamente o mesmo prato. Portanto fica a referência à inspiração e, a seguir, a minha versão.

frango-com-feijao

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Frango com feijão e cogumelos no forno

Ingredientes
(para quatro pessoas)

  • 2 peitos de frango, cortados a meio (4 grandes cubos de peito de frango, portanto)
  • 100g de bacon em cubos pequenos
  • 1 cebola grande
  • 3 dentes de alho
  • 1 lata de tomate pelado
  • 2 latas de feijão
  • 12 cogumelos brancos cortados em quatro
  • 2 colheres sopa de farinha
  • 1 colher sopa de paprika
  • 300ml de caldo de legumes (ou galinha)
  • azeite
  • sal

Misture a farinha, a paprika e uma pitada generosa de sal e passe o frango nesta mistura, cobrindo-o homogeneamente. Num tacho baixo, aqueça 2 colheres de sopa de azeite e frite nelas o frango, de ambos os lados, até que esteja dourado, mas sem que cozinhe completamente. Retire e reserve.

No mesmo tacho, com mais um pouco de azeite, frite o bacon e a cebola até que esta esteja dourada. Acrescente o alho bem picado e refogue mais um pouco. Junte em seguida os cogumelos e deixe fritar ligeiramente. Adicione o feijão, os tomates desfeitos e o caldo. Acerte o sal, acrescente paprika se desejar e deixe levantar fervura.

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Numa travessa de forno disponha o frango reservado e por cima o refogado de feijões e cogumelos, bem como todo o molho. Se quiser, acrescente agora um ramo pequeno de alecrim. Leve ao forno por aproximadamente 40 minutos (pode ser menos, se achar que está a ficar demasiado seco, ou pode ser mais, se os peitos forem muito grossos). Sirva acompanhado de pão alentejano ou de arroz branco.

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Cá em casa serviu-se acompanhado de arroz branco, já que um dos “pratos” favoritos do Zé é arroz ensopado no molho do que quer que seja. Os feijões que usei não eram de lata, mas daqueles bons, comprados na feira e debulhados à mão, que estavam guardados no meu congelador desde Setembro passado. Cozi-os, guardei alguns no frigorífico e fui usando.

Este assado é delicioso e talvez ficasse ainda melhor se feito estilo cassoulet, na panela de ferro desde o fogão até ao forno. Da próxima é assim que conto fazê-lo.  Vou ainda acrescentar o sugerido ramo de alecrim, coisa que não fiz. Ainda assim, o cheiro pela casa era delicioso e o frango ficou húmido e saboroso, com a paprika a dar um toque fumado muito agradável.

A fotografia… bem, é a possível. Espero que o relato compense e que desperte a vontade de experimentar que a fotografia, infelizmente, não desperta.

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Como já vos disse, sobrou muito porco. Das várias coisas que fiz com ele, esta foi uma das mais saborosas. É um prato que faço normalmente, quando tenho de improvisar o jantar, e que nos sabe muito bem. Além disso, é fácil e rápido e pode ser feito com sobras de qualquer tipo de carne ou com um peito de frango que ande perdido pelo frigorífico – nós temos muitas vezes esse problema, uma vez que somos dois e as embalagens normalmente trazem três peitos.

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Enchiladas de porco e feijão preto

Numa frigideira grande, com um fio de azeite, alourei bastante alho e uma cebola picada. Juntei uns cubinhos de bacon e um tomate maduro, cortado em cubos. Acrescentei um bocadinho de polpa de tomate e meia lata, das pequenas, de feijão preto. Temperei com sal, piri-piri, cominhos, alho em pó e uma pitada de paprika. Deixei apurar e misturei duas medidas de porco desfiado, desligando o fogo em seguida. Com este refogado, recheei duas daquelas tortillas que tenho sempre em casa, enrolando-as e fechando as pontas para dentro do rolo. Coloquei-as numa travessa de forno e reguei com uma mistura feita com a varinha mágica: um tomate maduro, um fiozinho de azeite, orégãos, sal e uma pitada minúscula de cominhos. Por cima, mozzarella ralado ou esfarelada à mão. Vai ao forno a 200ºC, até estar dourado.

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Esta receita é excelente porque, se acompanhada por uma salada, é completa e não muito pesada. Sabe mesmo bem naquelas noites de sofá, em que ao jantar se segue um filme ou dois e longas e exaustivas doses de fazer nenhum.

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(apesar de muito boas, as enchiladas são horríveis de fotografar. Bem piores que as massas! Por isso desculpem-me por não incluir nenhuma fotografia do interior, mas não consegui nenhuma apresentável)

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Por mais que os dias já se mostrem mais quentes, as noites continuam bem frias. E sopa apetece sempre, mesmo quando estamos demasiado confortáveis no sofá, a ler, para nos apetecer fazer o jantar.

Longe vai o tempo em que sopa cá em casa era sinónimo de atirar para dentro da panela todos os legumes que houvesse no frigorífico, mais uma leguminosa. Agora a cabeça combina sabores, procura alternativas e tenta encontrar soluções equilibradas que façam uma refeição, que sejam saborosas, que apeteçam quando não apetece mais nada.

Andava há algum tempo a querer fazer uma sopa de feijão branco – ms usá-lo como base da sopa, e não como complemento. Como por cá não comemos muita carne, é essencial ir buscar as proteínas a outro lugar e o feijão é uma excelente alternativa. Além disso tem ferro, cálcio e vitaminas do complexo B. Como não tem praticamente gorduras e é barato, pode ser usado e abusado, ao contrário da carne.

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Num fio de azeite, alourei uma cebola grande, picada, e 3 dentes de alho. Acrescentei os talos de uma cabeça de brócolo laminados no mandolim, para evitar que a sopa ficasse com muitos fios, por causa das fibras. Guardei metade dos floretes e juntei a outra metade à panela. Desfiz umas folhas secas de salva por cima e acrescentei uma lata de feijão branco. Um copo de água, uma pitada de sal e deixei cozinhar, em lume baixo, durante uma hora, uma hora e meia – quanto mais tempo mais apurados ficam os sabores.

Entretanto cozi levemente e no vapor os restantes floretes, que reservei. Passei a sopa com a varinha mágica, acertei a água (normalmente cozinho com o mínimo de água necessário e acrescento-a só na hora de passar, para ficar com a consistência que mais me agrada) e o sal. Salteei os floretes de brócolos num fio de azeite e dois dentes de alho finamente picados. Servi a sopa em malgas, desfiz uma folha de salva em cada uma e servi com os brócolos salteados, ainda crocantes.

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É uma sopa perfumada e deliciosa, com o crocante dos brócolos a contrastar com a textura macia do creme. O Zé, que torceu o nariz aos brócolos, descobriu, surpreendido, que afinal gostava. E que bem me sabem a mim, estas sopas fáceis de fazer e tão cheias de sabor!

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Estamos no tempo das sopas, encorpadas, deliciosas, que aquecem as mãos que seguram na malga e o corpo no fim destes dias tão frios. Cá em casa gostamos muito de sopa e é frequente, nesta época, o jantar ser apenas uma sopa, destas sopas-refeição, seguida de castanhas assadas, a escaldar e a estalar. Mas sopa é sopa é sopa e sopa sempre igual torna os dias iguais. Por isso ando a aumentar o meu reportório de sopas, a experimentar coisas novas e sempre à procura de receitas que me prendam o olho.

Sopa de cebola não é uma sopa nova no mundo das sopas. Deve ser das mais antigas, aliás, quando as cebolas eram o que mais se aguentava Inverno adentro e não havia mais nada para lhes juntar na panela. Mas eu nunca tinha feito e poucas vezes tinha comido. Portanto, para nós era nova.

Há uns dias apanhei o fim de um programa do Jamie Oliver, naquele canal cheio de estrogénio. Fiquei a ver o programa sobre cebolas. E apesar de achar que ele não apresentou nada de novo (acho-o cada vez menos interessante), esta sopa ficou-me na cabeça. Fui buscar o livro para ver se a dita receita lá vinha – e vinha. Mas acabei por a fazer mais de cabeça do que pelo livro, com algumas mudanças e variações. Esta é a versão que aqueceu dois e ainda sobrou!

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Sopa de cebola e feijão branco

Ingredientes

  • 500g de cebolas (segundo conselho do Oliver, de diferentes tipos, se possível)
  • 2 alhos franceses
  • 4 dentes de alho
  • 1 lata pequena de feijão branco
  • 1 litro de caldo de carne ou legumes
  • azeite
  • sal
  • sálvia fresca (eu usei seca, na falta da fresca)
  • pão de ontem
  • queijo a gosto

As cebolas e os alhos franceses foram cortados em meias luas não muito finas e os alhos foram finamente laminados. Numa panela grande aqueci um bom fio de azeite e sobre ele esmigalhei 6 folhas de sálvia seca (usando fresca, deve deixar-se aquecer o azeite e fritar ligeiramente as folhas). Acrescentei os legumes, uma pitada de sal e misturei tudo muito bem. Tapei a panela, baixei o lume e deixei cozinhar cerca de 40 minutos, até estar tudo translúcido e dourado, mas antes que os legumes se comecem a desfazer. Acrescentei o feijão branco escorrido e o caldo (eu usei de legumes). Acertei o sal e deixei cozinhar mais uns 20 minutos.

Cortei umas fatias do pão mais fácil do mundo, que tinha feito no dia anterior. Servi a sopa para malgas, cobri com as fatias de pão e ralei queijo por cima (eu usei mozzarella porque era o único que havia em casa, mas acho que teria sido preferível um queijo mais forte; o Oliver recomenda um bom Cheddar envelhecido). Foi ao forno, pré-aquecido a 250ºC, derreter e dourar.

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A sopa original não levava feijão branco. Mas eu queria uma sopa mais alimentícia e como comemos muito menos leguminosas do que deveríamos, idealmente, achei que o feijão seria um bom acrescento – e em termos de sabor funcionou lindamente. A sálvia torna esta sopa extremamente aromática e o pão, torrado por cima, encharcado de sopa por baixo, a desfazer-se, torna tudo ainda mais delicioso.

A sopa, nova cá por casa, encantou com a sua novidade e, ao mesmo tempo, com a sua história, os anos e anos em que fez parte da mesa dos antepassados, numa memória que fará, certamente, parte do nosso inconsciente colectivo. O novo com sabor a recordação, que nos aqueceu a alma e nos satisfez a gula.

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Se ontem me queixei da falta de inspiração, hoje vou ser um pouco esquizofrénica e contar como o blog me estimula a criatividade. Parece contraditório, mas na realidade nem é. A verdade é que se eu não tivesse o blog, tenho a certeza de que cairia muito mais vezes na tentação de fazer os mesmos seis ou sete pratos, semana após semana. Afinal, estão testados e retestados, aprovados e aplaudidos – para quê arriscar?

E não vou dizer que não o faço. Há dias em que não apetece mais nada que o conforto emocional do velhinho arroz de atum, a deliciosa monotonia da nossa-mesma-de-sempre pizza (agora sempre, sempre com massa caseira) ou a falta de imaginação de uma pasta com molho de tomate.

Mas estes dias equilibram-se com outros, em que perco horas na cozinha, corro todos os livros e revistas, leio sites e blogues, me sento de caderno à frente e imagino os pratos mais loucos. A maioria fica pelo caminho, demasiado tudo, too much. Mas há outros que se tornam cor e cheiro e sabor nas minhas mãos.

Estes dias tornam-se particularmente frequentes quando o stock de reserva do blog começa a acabar. Ou quando o stress aperta. Ou quando a lua manda. São períodos cíclicos, de criatividade e inspiração versus monotonia e conforto do conhecido. E o blog é o grande motor da minha busca de novos sabores. Procurar a variedade não é fácil e o blog pode sofrer com isso. Afinal, não repetir receitas e ter coisas novas várias vezes por semana é um desafio. Para já, um que me dá mais prazer do que stress.

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Sopa de feijão preto

Ingredientes

  • 1 lata pequena de feijão preto
  • ¼ repolho, cortado em tiras muito finas (ou 1 medida bem cheia de couve de caldo verde)
  • ¼ pimento vermelho
  • 1 pedaço pequenino de bacon
  • 1 cebola pequena
  • 2 dentes de alho
  • sal
  • azeite
  • cominhos
  • pimentão doce

Numa panela, num fio de azeite, aloure a cebola, cortada em meias luas muito finas, e o alho, bem picadinho. Junte o pimento e o bacon, ambos em cubinhos pequenos. Triture com a varinha mágica 2/3 da lata de feijão (caldo incluído), reservando 1/3 inteiro. Quando a cebola estiver translúcida, junte o feijão triturado e o feijão inteiro. Acrescente 1 medida de água. Mexa bem, tempere com sal a gosto e acrescente uma pitada de cominhos e uma de pimentão doce. Junte a couve, tape e deixe cozinhar em fogo baixo durante muito tempo (aproximadamente 1 hora). Antes de servir, prove e acerte o sal.

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Esta sopa fi-la só para mim, à experiência. Ficou quase uma feijoada em sopa, o que é um conceito estranho. Na verdade ficou muito saborosa e era exactamente aquilo que eu queria. Vou repetir, desta vez para o meu provador oficial. Se for aprovada por ele, será definitivamente um sucesso.

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