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Archive for the ‘Lima’ Category

Está a ficar calor. Os dias são grandes e como o sol se põe mais tarde, ficamos com a sensação que o trabalho acaba mais cedo. Apetece preguiçar na varanda, sentar no chão da sala com os pés descalços a apanhar os últimos raios de sol. Apetece juntar amigos, invariavelmente na cozinha, onde acabamos sempre. Partilhar um jarro de sangria gelada ou de mojitos, coisas boas para ir petiscando enquanto conversamos ou estamos ali, só, na companhia uns dos outros.

Estamos na época dos abacates. Nos mercados têm aparecido bem maduros e eu tenho feito guacamole quase todas as semanas. O abacate em si diz-me pouco, não lhe acho grande graça. Mas devidamente temperado torna-se um petisco a que não consigo resistir.

Li muitas receitas, inspirei-me aqui e ali. Até que cheguei à minha, aquela que preenche todos os meus requisitos. As medidas não são muito precisas porque dependem dos abacates. Como em tudo na cozinha, é preciso provar, provar e provar outra vez, até que esteja tudo no ponto, naquele equilíbrio de sabores que transforma os vários ingredientes numa entidade que é mais que a soma das partes.

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Guacamole

  • 3 abacates
  • ½ pimento vermelho pequeno
  • ½ cebola média
  • 1 molho de coentros
  • 1 lima ou 1 limão
  • cominhos
  • piri-piri
  • sal

Comece por cortar os abacates a meio e tirar-lhes o caroço. Com uma colher, retire a polpa dos abacates para um recipiente e desfaça-a com um garfo.

Pique o pimento e a cebola finamente. Acrescente aos abacates e misture bem. Acrescente o sumo de uma lima (ou de um limão médio). Prove e veja se é preciso mais – a acidez do citrino deve equilibrar o sabor rico do abacate.

Acrescente meia colher de chá de cominhos, meia de piri-piri e meia de sal. Prove e acrescente mais, a gosto. Lembre-se que os nachos com que normalmente se come o guacamole são salgados, por isso não abuse do sal.

Pique os coentros (pode usar os talos, picando-os muito bem – eu uso) e acrescente ao guacamole, misturando bem.

Sirva com nachos e algo fresco para beber.

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O guacamole fica delicioso servido com nachos. Mas se sobrar, é excelente para sanduíches: barre o pão com um pouco de guacamole, acrescente fiambre de frango ou frango grelhado e leve na marmita, para um almoço rápido e fácil.

Cá em casa, às vezes, jantamos uma taça de guacamole e um cesto de nachos, com um jarro de granizado de fruta e um bocadinho de rum. É rápido e fácil e óptimo para comer no chão da sala, em frente à televisão, enquanto vemos um filme. Acho que vamos repetir a dose este fim-de-semana!

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Muito se tem falado por todos os blogs de presentes alternativos, saídos das nossas mãos e das nossas cozinhas. Realmente, poucas formas mostrarão tão bem como aquelas pessoas são especiais para nós do que prendas feitas com todo o carinho e dedicação, com todo o prazer que, nós que gostamos, temos no que cozinhamos.

No ano passado fiz uma primeira tentativa, tímida e não muito interessante. Este ano estou a preparar-me para o fazer em força. Não em muita força, já que a maioria dos nossos presentes são Presentes Solidários – uma campanha incrível que no ano passado teve resultados fantásticos. Mas mesmo assim há sempre presentes de outro tipo a dar, e para esses volto-me, como já disse, em força.

Passei muito tempo a pensar no que fazer para os meus mini-cabazes. E sinceramente não sei se já estou definitivamente decidida. Para já, a minha cozinha é fábrica de orangettes, em duas versões: ontem as finas tiras de casca de toranja em açúcar, hoje as de casca de laranja mergulhadas em chocolate. Por enquanto, secam as primeiras, para que à tarde rendam lugar às segundas.

Depois acho que vou adaptar os cestos às pessoas que os vão receber. Bolachas de parmesão para os que não gostam muito de doces, kits de muffins-faça-você-mesmo para os que têm crianças, biscoitos de Natal para todos. E talvez fudge. E lemon curd. E o turbilhão de ideias não pára, tenho 18 janelas do IE abertas mais duas do Firefox e a cabeça a mil! Por enquanto, termino as orangettes. Depois conto-vos o resto!

orangettes

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Orangettes

Ingredientes

  • cascas de citrinos (laranja, toranja, lima, limão)
  • açúcar (50g por cada citrino)
  • água (50ml por cada citrino)

Um passo muito importante – e o mais chato – é o primeiro: tirar a maior quantidade possível da parte branca interior da casca. Essa é a parte mais amarga e quanto mais se retirar melhor. A melhor forma de o fazer é espalmar a casca (tenho as minhas cascas cortadas em quartos) o mais possível e com a ajuda de uma faca bem afiada cortar o mais rente possível ao exterior, com o cuidado de não o furar. Feito isso, corta-se a casca em tirinhas, a gosto. Eu cortei as minhas bem fininhas.

Colocam-se as tirinhas numa panela e cobrem-se com água. Leva-se ao fogo até ferver e deixa-se estar em ebulição uns 2 ou 3 minutos. Escorrem-se muito bem as tirinhas, passam-se em água fria e repete-se o processo, com nova água. Este passo também é muito importante para retirar o amargo excessivo dos citrinos.

Em seguida faz-se um xarope com o açúcar e a água e colocam-se as tirinhas lá dentro. Deixa-se o fogo no mínimo e cozinha-se por uma a duas horas (depende da quantidade), até a calda estar grossa e reduzida e as tirinhas estarem translúcidas.

Preparam-se então a gosto: enrolam-se em açúcar ou mergulham-se em chocolate e estendem-se sobre grades, a secar. Com açúcar e chocolate um dia chegará, provavelmente. Se as preferirem simples, só com a calda, contem com dois dias de secagem. Guardem em caixas hermeticamente fechadas até à altura de usar.

Se quiserem dar um toque mais interessante e exótico às vossas tirinhas, acrescentem cravinho ou cardamomo ao xarope onde vão cozê-las. Tenham cuidado com a quantidade, pois são especiarias muito fortes.

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Para mais ideias, espreitem o Tastespotting ou a rúbrica Gift of the Day do Slashfood.

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Soak up the sun

Se o houvesse, claro está. É Verão, mas ninguém diria. Chove. Aliás, neste momento chove a sério. Nada de praia, sol na varanda, livros e pés e ombros ao ar. Mas se não há sol na pele, que haja ao menos sol na boca. E um sumo fresco é sempre bom. Até porque chove mas não está frio.

Normalmente fujo aos sumos de fruta. É a melhor maneira de comer das frutas tudo o que engorda (todos os açúcares) sem comer as partes mais saudáveis (como as fibras). Prefiro comer uma laranja a beber um sumo de laranja. Ou melhor, opto por isso. Porque confesso que poucas coisas me sabem melhor que beber um copo de sumo de laranja de um só gole. É tão bom…

Mas há algums frutos que se prestam a tornar-se sumo sem grandes perdas para nós. A melancia é um deles – pode ser toda triturada e como tem grande quantidade de água o sumo não fica muito grosso, mesmo com toda a polpa. Também é verdade que não tem tantas fibras como a laranja, mas não se pode ter tudo, não é?

Para este copo de sol, triturei duas medidas generosas de melancia em pedaços, sumo de uma lima e umas quatro folhas de hortelã. Um copo grande, gelo e é quase Verão outra vez. Se se beber de olhos fechados e com a Sheryl Crow aos berros, claro, para não ouvir a chuva cair lá fora. I’m gonna soak up the sun…

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