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Archive for the ‘Manjericão’ Category

Às vezes um almoço é assim, uma coisa rápida e simples, quase um improviso. Um intervalo fugido, feito de tempo roubado àquilo que nos enche a vida.

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No copo da varinha mágica, 1 imenso tomate  coração de boi a estourar de maduro, meia cebola e um dente de alho pequenino. Meio pimento verde, dos do senhor Pereira, a cheirar a verão e a sardinhadas. Meio pepino, que o outro meio vai por cima, em cubos crocantes. Um fio de azeite, uma pitada de sal, 4 ou 5 folhas de manjericão. Tudo bem passado, vai ao frigorífico, a gelar.

Na frigideira, dois dentes de alho picados, um fio de azeite. Um pão de ontem cortado em cubos e tudo ao lume, até que se façam croutons.

E depois sentar, de preferência à varanda. E comer devagar.

São os almoços que sabem melhor. Aqueles em que na pausa nos lembramos de respirar, de deixar o ar entrar e sair, devagar. Para depois recomeçar.

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Os livros cá em casa multiplicam-se. Crescem nos cantos, nas prateleiras, debaixo da cama. Escondem-se e amam-se e de livros fazem mais livros. Já não há espaço, empurram-se uns aos outros nas estantes, pegam-se e apertam-se e chateiam-se. Mas no dia em que deixarem de entrar livros cá em casa será sinal do fim do mundo.

Com os livros de cozinha o cenário não é diferente. Apaixono-me por eles, trago-os escondidos, acarinhados, como tesouros. Folheio-os e leio-os até estarmos cansados, eu e eles. Mas – que vergonha! – pouco uso lhes dou. Tenho livros de que nunca fiz uma só receita. Que nunca encheram mais pratos que os das fotografias e os da minha imaginação.

Com a falta de tempo é fácil esquecer o caminho para o blog. Os livros injustiçados serão o meu guia, o meu alento, o meu empurrão para a cozinha.

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Stir fry de frango e manjericão

(do livro Everyday Food: Fresh Flavor Fast)

Ingredientes

(para 4 pessoas)

  • 3 peitos de frango
  • 1 colher sopa de amido de milho
  • 4 colheres sopa de óleo vegetal
  • 1 cebola grande
  • 2 pimentos (1 verde, 1 vermelho)
  • 6 dentes de alho
  • ¼ medida de água
  • 2 colheres sopa de vinagre de arroz
  • 2 colheres sopa de molho de soja
  • folhas de manjericão

Corte o frango em tiras compridas e seque-as muito bem entre folhas de papel absorvente. Envolva o frango no amido de milho, deixando-o bem recoberto.

Leve uma frigideira grande ao fogão, lume forte, com 2 colheres de sopa de óleo. Frite as tiras de frango, virando uma vez, até que estejam ligeiramente douradas. Retire da frigideira e reserve.

Limpe a frigideira com papel absorvente e leve novamente ao fogo. Aqueça o óleo restante e salteie rapidamente o pimento e a cebola, cortados em tiras, mexendo de vez em quando (3-4 minutos). Quando a cebola estiver a ficar dourada, acrescente o alho finamente picado e deixe fritar muito ligeiramente, até que esteja perfumado mas sem queimar (1 minuto).

Junte então a água, o vinagre de arroz, o molho de soja e o frango e mexa bem, para que o molho reduza, o frango e os legumes terminem de cozinhar e fique tudo bem envolvido.

No final, acrescente o manjericão rasgado com os dedos e sirva sobre arroz basmati, cozido apenas em água e sal.

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A cozinha encheu-se de perfumes asiáticos e nós de fome. A preparação, rápida e simples, deu-nos um almoço leve e delicioso, num dia sem tempo a perder. O marido comeu, repetiu e elogiou – a tríade de um sucesso comprovado.

Os livros não guardaram rancor. Do esquecimento, saltaram prontos a mostrar que encantam não só ao serem folheados, mas se os levarmos à prática. Eu rendo-me, folheio-os mais uma e outra vez e escolho o meu próximo guia.

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Vamos começando a comer sopas quentes, já apetecem os guisados, os assados e o calor do forno. Já comprámos – e comemos! – castanhas e as minhas mãos andam com vontade de fazer pão. O Outono que chegou trouxe noites frias e vontade de aconchego. Mas nós não nos rendemos. Não enquanto houver tomates coração de boi na praça, beringelas caseiras e pimentos quase quase a pedir sardinhas. Ainda é Verão nesses dias, ainda que só pelas cores, que o prato quer-se a fumegar, para aquecer as mãos que o seguram e o corpo a quem come.

Há uns meses voltei da praça com 5kg de tomates. Coração de boi, maduros quase a estourar. Durante uma tarde pelei dentes de alho, tantos que lhes perdi a conta. Escaldei os tomates, retirei-lhes a pele (as sementes não, que eu não gosto de desperdiçar nada). Refoguei o alho numa dose generosa de azeite e acrescentei-lhe os tomates cortados em pedaços e umas folhas de manjericão roxo, bem lavadas e rasgadas com as mãos. Uma pitada de sal, outra de açúcar. E ficou ali, a cozinhar e a encher a casa do cheiro que o Verão tem, durante horas em lume brando. No fim, mais manjericão rasgado, uma pitada de bicarbonato para contrapôr a acidez. E foi guardado em frascos esterilizados, fechados imediatamente para fazer vácuo. Rendeu 4 frascos. Gulosos, oferecemos apenas 1. E hoje, um mês depois, já não há molho para ninguém.

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Gratinado de legumes

Ingredientes:

(2 pessoas)

  • 1 beringela grande (ou 2 pequenas)
  • ½ courgette
  • 1 tomate grande
  • 1 cebola média
  • 1 pimento verde
  • 100ml molho de tomate (caseiro, de preferência)
  • folhas de manjericão
  • 1 bola de mozzarela fresca
  • azeite
  • sal

Corte as beringelas em fatias finas, no sentido do comprimento. Ponha-as num escorredor, polvilhe com sal grosso e deixe repousar 30 minutos.

Pré-aqueça o forno a 150ºC.

Num recipiente de forno, coloque uma colher de sopa de molho de tomate e espalhe bem, cobrindo o fundo. Faça então camadas sucessivas dos vários legumes cortados em fatias finas. A meio, mais umas colheres de molho de tomate e umas folhas rasgadas de manjericão. Repita o processo e no fim cubra a camada superficial com molho. Se o seu molho for muito espesso (o nosso era) regue o recipiente com um bocadinho de água – ajuda à cozedura dos legumes.

Leve ao forno até que os legumes estejam cozidos, mas não demasiado moles – teste com um garfo. O tempo vai depender da altura das suas camadas e da grossura dos legumes. Disponha a mozzarela por cima, cortada em rodelas, e regue com um minúsculo fio de azeite. Leve novamente ao forno, aumentando a temperatura, só para gratinar.

Sirva simples ou acompanhado de uma salada de folhas verdes.

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Este prato, totalmente vegetariano, fez as delícias do meu marido, carnívoro convicto. Eu receei que ele não fosse gostar, mas ele gostou. E repetiu. É saudável e leve, perfeito para quem está de dieta. Para nós, que não somos muito fãs de queijo, estava excelente assim. Mas para quem preferir sabores mais fortes, pode usar antes um queijo de cabra suave a cobrir os legumes. Podem variar-se os legumes, acrescentar nozes ou amêndoas, fazer molho de cenoura em vez de tomate ou trocar o manjericão por tomilho. Vale tudo para manter o Outono lá fora e fazer de conta, só por um bocadinho, que ainda é Verão. Mesmo de mãos frias e meias de lã nos pés.

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A cozinheira está de dieta. Ora, que chatice. Para além de não poder comer coisinhas boas, também não tem coisinhas boas sobre as quais escrever. E ninguém quer ler um blog de dieta, com comidas muito parecidas umas com as outras, sem açúcar, sem sal, sem manteiga, sem sabor.

Mas fazer dieta é um bocado assim. Se for sempre assim, no entanto, ao fim de três dias eu já desisti. Portanto, há que encontrar alternativas, para manter a dieta e para manter o blog – duas resoluções importantes de ano (lectivo) novo. Vão aparecer menos receitas gulosas e mais receitas de baixas calorias, que podem sempre tornar mais calóricas com variação dos acompanhamentos, por exemplo. Quer-se é criatividade e variedade, que a monotonia só dá fome.

Então e para abrir as hostilidades e a guerra aos quilos, nada melhor que um franguinho grelhado. Mas diferente, que é para enganar o estômago.

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Frango grelhado com salada de tomate e agriões

Ingredientes

(para 2 pessoas)

  • 2 peitos de frango
  • 2 colheres sopa de azeite
  • 1 colher sopa de açúcar mascavado (ou amarelo)
  • 1 colher chá (mal cheia) de paprika
  • 1 colher chá (mal cheia) de piri-piri
  • ½ colher chá de cominhos
  • ½ colher chá de sal
  • ½ colher chá de gengibre em pó

Misture todos os ingredientes acima (excepto o frango), num prato fundo. Junte os peitos de frango e unte-os bem com a marinada. Deixe repousar por, pelo menos, 1 hora.

Aqueça um grelhador ou uma frigideira anti-aderente até estar bem quente. Pegue nos peitos de frango e deixe-os escorrer ligeiramente (o azeite é quase só um veículo para as especiarias, a maior parte dele fica no prato). Grelhe-os, mas com o cuidado de não deixar secar.

Para a salada, corte tomates cereja (ou tomate normal) e junte folhas de agrião bem lavadas. Tempere com azeite, vinagre balsâmico, sal e folhas de manjericão rasgadas.

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Confesso que não tenho grande jeito para saber quando a carne está pronta. Por isso, a meio acabei por cortar os peitos em pedaços mais pequenos, para garantir que não ficavam demasiado cozinhados por fora e crus por dentro. O importante é não deixar secar o frango. Servi ainda com ervilhas tortas, escaldadas muito rapidamente em água temperada com sal e manjericão.

Eu não gosto de agriões. Mas achei que nisto da dieta também devia comer mais ferro e coisas verdes que dizem que fazem muito bem. Aproveitei uns tomates-cereja madurinhos e salada com os agriões. Gostei do resultado, o doce do tomate quebra o amargo do agrião e faz uma salada bem fresquinha.

A receita desta marinada veio daqui. Já experimentei a receita completa e é muito saborosa, óptima para um piquenique. Mas não é muito amiga da balança. Desta vez fiquei-me pela marinada, que é deliciosa e transforma um peito de frango de dieta numa refeição que se come com prazer.

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Às vezes o meu frigorífico é um armário de restinhos: um bocadinho de um queijo, umas nozes soltas, uma mão cheia de massa de pão. E esses restinhos às vezes não chegam para mais nada e pedem uso e olham-me dos seus cantos, de cada vez que abro o frigorífico. Mas um restinho, dois restinhos, três restinhos juntam-se e fazem um restão, grande e saboroso, que chega para uma refeição. Para um almoço rápido, um lanche elaborado, um jantar leve. Para deixar feliz a barriga e feliz a consciência, por não ter deitado nada fora.

E foi assim que, no outro dia, abri a porta do frigorífico e me deparei com um pedaço da massa de pizza da Hannah, que é aquela que tenho feito ultimamente. Era um pedaço pequeno, que não chegava para uma pizza. (Ou chegava para uma pequenina, mas apeteceu-me variar). Ao lado, umas folhas de rúcula, sozinhas e que, essas sim, não chegavam para uma salada. Umas azeitonas pretas, umas nozes, um naco de queijo, um cheddar suave. Agarrei neles todos e deitei mãos à obra.

pão recheado II

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Pão recheado

Massa de pizza

  • 3 ¾ medidas de farinha
  • 1 colher chá de fermento biológico seco
  • 1 colher chá de sal fino
  • 2 colheres sopa de azeite
  • 1 ½ medidas de água morna (quase fria)

Um bocadinho desta massa, do tamanho de uma laranja. Abri-a bem fininha, numa superfície enfarinhada, numa forma mais ou menos oval. Por cima, o queijo ralado grosso, as azeitonas e as nozes picadas, a rúcula, um fio de azeite, uma pitada de sal e umas folhas de manjericão, rasgadas à mão. Enrolei sem apertar e deixei levedar meia hora, para que a massa ficasse com mais ar.

pão recheado

Pincelei com azeite, dei-lhe umas tesouradas e assei depois em forno pré-aquecido a 200ºC, sobre um tabuleiro de forno também pré-aquecido, até estar inchado e dourado.

Retirei e deixei aquecer sobre uma grade. Depois fatiei e comi. E comi. E comi mais um bocadinho.

pão recheado III

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Estava bom. Muito bom. Aqueles ingredientes desgarrados, com ar de coitadinhos dentro do meu frigorífico mostraram toda a sua gratidão dentro do punhado de massa de pão. E agora agradeço-lhes eu, pela refeição.

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E que melhor forma de regressar do que com o 4 por 6? Estou atrasada na rentrée, já devia ter postado há duas semanas. Mas nessa altura estava eu a banhos de sono e descanso por terras alentejanas, sem cozinha. Mas mais vale tarde que nunca e eu sei que a Pipoka, a Laranjinha, a Marizé e a Suzana deram as boas vindas a Setembro com receitas maravilhosas.

Eu por cá ainda estou um bocadinho em modo de férias. E a sentir estes dias de fim de Verão com mais prazer do que os de Agosto. Por isso resolvi trazer para a mesa esta vontade de prolongar o calor.

4por6

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Em Junho, num almoço em NY, fomos ao restaurante The Modern, no Museum of Modern Art. E lá comi um gazpacho que me deixou feliz, feliz. E com vontade de repetir. NY fica longe, mas por cá também se pode fazer gazpacho. Especialmente nesta altura, quando os tomates estão a explodir de maduros, sobretudo os coração de boi, doces e saborosos. Esta receita não é a do The Modern – é uma adaptação. Mas se feita com os ingredientes certos, igualmente saborosa.

Gazpacho a la Modern

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Gazpacho com azeite de manjericão e amêndoas

Ingredientes

  • 500g  tomates bem maduros
  • 250g pepino
  • 300g pimento vermelho
  • 1 cebola média
  • 4 dentes de alho
  • 40g amêndoas com pele
  • 10g manjericão fresco
  • 50ml azeite
  • sal
  • água gelada (se necessário)

Comece por preparar o azeite de manjericão – idealmente, no dia anterior. Pique o manjericão finamente, com uma faca, e coloque-o num frasco. Cubra com o azeite, tape e deixe repousar umas horas. Quanto mais horas, mais pronunciado será o sabor do manjericão.

Num tabuleiro de forno, disponha as amêndoas, com pele. Leve ao forno a 150º C, até que estejam torradas. Deixe arrefecer e reserve.

No liquidificador ou no copo da varinha mágica coloque os tomates cortados em pedaços, o pimento, metade do pepino, a cebola e o alho. Junte duas colheres de sopa do azeite de manjericão e uma pitada de sal. Triture tudo, até obter uma papa – se necessário, acrescente água gelada para obter a consistência de uma sopa. Prove, acerte o sal e guarde no frigorífico por 2 horas.

Corte a outra metade do pepino em cubos pequenos e leve ao frigorífico, para que fique bem gelado.

Na altura de servir, mexa bem a sopa. Sirva em pratos fundos, com os cubos de pepino, as amêndoas torradas e gotas de azeite de manjericão. Acompanhe com torradas pinceladas com azeite.

Para sobremesa, uma variação de um dos meus gelados favoritos.

.Sorvete de banana

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Frogurt de banana

Ingredientes

  • 3 bananas maduras (aprox. 450g)
  • 2 iogurtes gregos ou naturais
  • 125ml de leite gordo

No liquidificador ou copo da varinha mágica, triture todos os ingredientes. Se quiser, acrescente açúcar (como as bananas maduras são normalmente muito doces, não costumo juntar açúcar). Leve à sorveteira, de acordo com as instruções ou, caso não tenha sorveteira, ao congelador, mexendo de hora a hora para que se torne cremoso e não forme cristais de gelo.

 

As contas:

4 por 6 14 Setembro 09

 

Dica de poupança: agora que o Verão está a acabar, há, sobretudo nas feiras e mercados, agricultores cheios de vontade de vender o que lhes resta da produção da estação. E há tomates maduros, deliciosos, a preços muito convidativos. É a altura ideal para comprar grandes quantidades e fazer molho de tomate, que pode congelar para pizzas e pastas futuras, ou mesmo tomate seco para abrilhantar molhos e saladas ou para oferecer aos amigos.

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4por6A receita de hoje foi feita num daqueles dias da semana passada em que ainda estava sol e calor. Neste momento, da minha janela escorre água e consigo ouvir o vento lá fora. Já não é bem o tempo para saladas, antes para uma sopa quente. Mas a sugestão de hoje, robusta e saborosa, poderá ser a excepção.

 

 

 

4 por 6 11 Maio II

Salada de feijão branco, tomate assado e chouriço
(adaptada da Olive de Maio 2009)

Ingredientes:

  • 1 lata 850g de feijão branco
  • 500g tomates
  • 100g chouriço, fatiado fino
  • 1 cebola grande
  • 1 colher sopa de vinagre balsâmico
  • 1 colher sopa de mel
  • 100g alface
  • 100g espinafres
  • 5g manjericão fresco
  • azeite
  • sal

Algumas notas sobre os ingredientes, antes de começarmos: o feijão pode – e deve! – ser do seco, cozido em casa. Não foi porque não me tinha lembrado de o demolhar e, como tal, o de lata foi a solução. No entanto, o seco é mais saboroso, mais saudável, mais ecológico e mais barato – só vantagens! Como o chouriço vai aqui assumir um papel de destaque, deve ser bom chouriço. Eu usei um de Barrancos, da Selecção do Continente. Os tomates, na receita original, eram tomate-cereja. Mas como esses são muito mais caros e raramente nacionais, usei antes tomates portugueses, pequeninos e bem maduros.

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Corte os tomates ao meio (ou em quartos, se forem demasiado grandes) e disponha-os num tabuleiro de forno. Tempere com sal, azeite e orégãos e leve a assar por aproximadamente 20min. Quando estiverem prontos, retire-os do forno e reserve.

Lave então os feijões e escorra muito bem. Coloque-os numa vasilha grande e reserve.

Frite o chouriço, cortado em tiras finas e não muito largas, numa frigideira anti-aderente, sem adição de gordura, até que esteja ligeiramente crocante. Reserve.

Limpe a frigideira com um papel de cozinha e aqueça 4 colheres de sopa de azeite. Junte a cebola, picada ou cortada em gomos finos, e deixe cozinhar ligeiramente, até que esteja dourada. Acrescente então o vinagre e reduza. Junte o mel e mexa bem para emulsionar. Tempere de sal e despeje este molho sobre os feijões e misture bem.

Leve a frigideira novamente ao fogo e, numa colher de sopa de azeite, salteie ligeiramente as folhas de espinafre, só para as cozinhar ligeiramente. Acrescente-as ao feijão.

Corte a alface em tiras finas e junte também ao feijão. Acrescente o chouriço e os tomates reservados e mexa novamente. Corte o manjericão em tiras muito finas e junte à salada. Mexa novamente e sirva.

4 por 6 11 Maio

Esta salada, de sabores fortes, é deliciosa. Os tomates não devem ser assados em demasia, para que sejam ainda sumarentos e acrescentem o seu sumo ao molho da salada. Não tenho mais feedback que o meu para vos dar, porque a fiz num dia em que o Zé não estava. Mas confiem em mim – é muito boa!

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Para sobremesa, outra receita repescada. Não me levem a mal, mas as tentativas de fazer dieta não se compatibilizam muito bem com sobremesas… Além disso, esta é tão boa que merece um bis!

4 por 6 11 Maio III

Bloody panna cotta

Ingredientes:

Panna cotta

  • 200ml de natas líquidas
  • 1/2 vagem de baunilha
  • 20g de açúcar
  • 1 (ou 2) folhas de gelatina incolor e sem sabor

Compota de toranja vermelha

  • 1 toranja vermelha grande
  • 3 colheres sopa de açúcar

Comece por hidratar as folhas d gelatina num pouco de água. Reserve.

Numa panela pequena, misture as natas, as sementes de baunilha (ou, em alternativa, duas colheres de chá de extracto de baunilha), a fava de baunilha e o açúcar. Leve a lume brando e mexa sempre, devagar, até ferver. Retire do fogo e deixe repousar 10 minutos. Retire então a fava de baunilha (se a tiver usado). Escorra muito bem a gelatina, retirando-lhe o máximo de água possível. Junte-a às natas e mexa bem, para que se dissolva completamente. Coloque em recipientes individuais e leve ao frigorífico até endurecer (pelo menos 4 horas).

Enquanto espera, prepare a compota. Descasque a toranja e retire todas as peles dos gomos. Não se preocupe com mantê-los inteiros, não há problema que se desfaçam. Não é um trabalho agradável nem fácil, mas tem 4 horas para o fazer. Num tacho pequeno, leve a toranja e o açúcar a lume brando, mexendo ocasionalmente. Quando tiver adquirido a consistência de uma compota espessa, retire do tacho para um recipiente de vidro e deixe arrefecer.

Antes de servir as panna cottas, coloque sobre cada uma uma generosa colher de sopa de compota.

Esta foi a segunda panna cotta que fiz cá em casa. Fi-la a medo, achando que o Zé não ia gostar da compota. Mas o sabor fresco da panna cotta combinou tão bem com o doce meio ácido da toranja que não houve resmungos, só sons de satisfação e colheres a bater nos copos!

 

Vamos então a contas:

 

4 por 6 - 11.05

A única coisa que falta nas minhas contas é a vagem de baunilha. Já as encontrei a preços muito variados e posso afiançar que as que se encontram no Continente, da marca Vahiné, são das mais caras que já vi. As melhores que comprei encontrei-as numa loja Celeiro, mas já comprei muito boas noutros sítios e consideravelmente mais baratas.

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Dica de poupança: vale a pena investir em algumas vagens de baunilha para algumas receitas. Mas as vagens são bens demasiado caros e preciosos para usar uma vez e deitar fora. Há várias coisas que pode fazer para extrair cada micrograma de sabor. Por exemplo, a vagem usada nesta receita. Pode lavá-la rapidamente em água corrente e deixá-la secar muito bem, guardando-a depois num frasco pequeno, cheio de açúcar, e fazer o seu próprio açúcar baunilhado. Pode, em alternativa, fazer o seu próprio extracto de baunilha, seguindo as instruções da Cinara.

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Cá em casa não comemos muita carne, mas também não comemos muito peixe. Nunca foi coisa de que gostasse muito e não me tenho esforçado para aprender a gostar. Ou para descobrir formas de o cozinhar de que goste verdadeiramente.

O meu peixe favorito não se pode comer (e não é a mesma coisa, já que não tem as qualidades do peixe fresco) e há muitas outras espécies ameaçadas, devido à super-exploração dos oceanos. Há peixes que não devemos comer, de acordo com a lista vermelha de peixes do Greenpeace. E sítios onde não devemos comprar peixe, como a maioria dos nossos super e hiper mercados, ainda segundo o Greenpeace, por não promoverem o consumo sustentável.

Posto tudo isto, o trabalho de aprender a gostar de peixe não fica nada facilitado. E se cedemos à facilidade, estamos a ser ecologicamente irresponsáveis. Mas como quero ser mãe um dia e acredito verdadeiramente que não posso exigir que as minhas crias comam algo que eu me recuse a comer, vou fazendo um esforço: por encontrar receitas, por comprar o peixe certo, no sítio certo, e por gostar. Se a receita for boa, esta última parte é fácil. Este foi o nosso jantar (receita para 2 pessoas):

peixe-mediterranico1

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Peixe espada em molho mediterrânico
(adaptada daqui)

  • 250g de peixe espada preto, cortado em bifes altos (eu pedi bifes, mandaram-me filetes…)
  • 1 cebola média
  • 2 dentes de alho
  • 2 tomates maduros, médios
  • ¼ medida de vinho tinto
  • ¼ medida de água + 2 colheres sopa de concentrado de tomate
  • folhas de manjericão fresco
  • azeitonas pretas
  • 2 malaguetas pequenas
  • sal
  • azeite

Numa panela de ferro, salteie, num fio de azeite, a cebola picada, até estar macia e translúcida. Junte o alho finamente picado e deixe fritar ligeiramente, sem queimar. Adicione os tomates cortados em cubos e diminua o fogo, deixando cozinhar uns 10 minutos. Junte então o vinho tinto, o concentrado de tomate dissolvido na água e as malaguetas picadas. Deixe cozinhar mais uns minutos.

Junte as azeitonas fatiadas e o manjericão cortado em tiras finas. Tempere a gosto, com sal. Coloque então o peixe na panela e envolva-o no molho. Tape a panela, baixe o fogo para o mínimo e cozinhe o peixe, 10 a 20 minutos, dependendo da grossura dos filetes (se conseguir bifes, precisará de mais tempo). Tenha o cuidado de não cozinhar demasiado o peixe.

Sirva sobre arroz branco (usei o basmati) e salpicado de manjericão fresco picado. Pode ainda servir com parmesão ralado, como sugerido na receita original.

peixe-mediterranico-ii

Optei por terminar a receita no fogão, em vez de o fazer no forno, porque usei a panela de ferro, que distribui bem o calor, e porque como tinha filetes em vez de bifes, queria poder vigiá-los mais de perto, para que não cozinhassem demasiado. Não usei azeitonas, porque o Zé não gosta, mas a meio do jantar lembrei-me delas e fui picar duas ou três para acrescentar ao meu prato e elas fazem, realmente, diferença: combinam lindamente com o molho, com o peixe e acrescentam uma outra camada de sabores diferente e inesperada.

Quanto ao prato, foi aprovado cá em casa e pode aparecer mais vezes. Mas não da próxima vez, porque para essa o meu querido marido já fez saber que ou é a moqueca prometida há semanas ou há sarilho. Lá será moqueca, então.

 

Nota: o Luís, do blog Outras Comidas, chamou-me a atenção para o facto de o peixe da receita original não ser peixe-espada, mas sim espadarte. Eu li swordfish e a cabeça registou peixe-espada e não tive o cuidado de verificar. Peço desculpas pelo facto – e é, realmente, impossível tirar bifes do peixe-espada. Estas trocas todas tiveram, no entanto, uma vantagem: o peixe-espada preto é de pesca sustentável, o espadarte faz parte da lista vermelha. Portanto, a fazer façam-na com peixe-espada – que eu garanto que fica delicioso. Obrigada, Luís!

 

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A internet em geral e a blogosfera culinária em particular são, eu diria, as minhas maiores fontes de informação e inspiração. Aprendo técnicas novas, cruzo dados, misturo receitas, tudo sem sair do lugar. Não é pelo comodismo, mas pelo fácil acesso. Pelo tamanho do que está ao nosso alcance.

O pensamento ocorreu-me enquanto pensava no post de hoje. Fiz esta massa para assar com este recheio, duas receitas que me entraram olhos adentro por acaso e em alturas distintas. Queria fazer o recheio original que a massa pedia, mas não tinha cogumelos em casa. Por outro lado, tinha todos os ingredientes para a bela caponata de beringela. Por que não misturá-las?

pastel

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Pastéis recheados com caponata de beringela

Massa:

  • 125g de queijo creme (não tinha suficiente, usei metade queijo creme, metade iogurte grego)
  • 75g de manteiga amolecida (mas não derretida)
  • 1 medida de farinha

Recheio:

  • 1 beringela grande
  • 1 pimento vermelho grande
  • 1 cebola média
  • 1 dente de alho
  • ¼ medida de azeite
  • 3 colheres sopa de vinagre balsâmico
  • ¼ medida de folhas de manjericão fresco (a receita original pedia tomilho e salsa)
  • sal

Comece por fazer a massa: bata o queijo creme com a manteiga, até obter um creme homogéneo. Junte a farinha e bata. Amasse à mão até ficar homogénea. (a substituição de metade do queijo creme por iogurte grego obrigou-me a adicionar um pouco mais de farinha). Divida a massa em duas metades, achate-as em forma de disco e guarde-as num saco de plástico, no frigorífico, durante pelo menos meia hora.

Para o recheio, descasque corte a beringela em cubos de 0.5cm e coloque-a num passador. Polvilhe com sal e deixe-a escorrer durante 1h. Findo este tempo, passe-a abundantemente por água para remover o excesso de sal e esprema os cubos como se fossem pequenas esponjas. Reserve.

No forno a 200ºC, asse o pimento até que a pele esteja negra. Guarde-o dentro de um saco de plástico bem fechado durante 10 minutos – torna mais fácil tirar-lhe a pele. Pele-o e tire-lhe as sementes, sem o auxílio de água – corre o risco de ficar sem sabor.

Numa frigideira larga, aqueça o azeite e salteie a cebola picada até que esteja translúcida e comece a dourar nas extremidades. Junte a beringela, o pimento cortado em pedaços e sal. Deixe cozinhar até que a beringela esteja muito mole e comece a perder a sua forma. Adicione então o vinagre balsâmico e mexa até que todo o líquido desapareça. Retire do fogo e junte o alho finamente picado (ou mesmo ralado) e o manjericão cortado em chifonada bem fina.

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Retire a massa do frigorífico e estenda numa superfície levemente enfarinhada. Corte discos não muito finos e recheie, fechando bem as extremidades. Pincele com gema de ovo (se quiser) e leve ao forno por 12 minutos ou até que estejam dourados.

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A caponata de beringela também pode ser servida como aperitivo, acompanhada de pão. Pode ser consumida imediatamente após ser feita, mas a maioria das receitas recomenda repouso no frigorífico durante pelo menos uma noite para que os sabores fiquem mais apurados.

A própria massa é muito versátil e pode ser recheada com quase tudo. É muito leve e saborosa, sem as quantidades absurdas de manteiga que as massas tenras costumam levar.

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O pastel da fotografia é versão gigante e disforme, feito no dia seguinte para aproveitar sobras de massa. Servi com salada e foi um almoço leve e delicioso.

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Ser operada ao joelho, por mais simples que seja a coisa (e foi) e não traga complicações (que não trouxe), traz sempre – e ainda bem – algumas vantagens. Afinal, não são todos os fins-de-semana a dois que têm quatro dias! E estes foram quatro dias cheios de mimos, de séries e filmes que vimos enterrados no sofá e de comidas fáceis, fonte de conforto para estes dias cheios de chuva.

Normalmente cá em casa a cozinheira de serviço sou eu. Não só porque tenho um reportório mais alargado, mas também porque o faço com prazer (e porque sou mais rápida – se vos dissesse o tempo que o amor da minha vida leva a picar uma cebola…). À semana, nos dias em que ele chega a horas decentes, vamos os dois para a cozinha – eu preparo o jantar enquanto ele esvazia a máquina da louça lavada e a enche da suja, enquanto contamos ao outro o dia que passou.

Este fim-de-semana fomos os dois para a cozinha. Ele queria cozinhar e eu fui dar apoio e instruções. Cozinhámos chilli con carne, prato recorrente cá em casa, por ser fácil, rápido e delicioso. Fazer um prato a quatro mãos pode demorar mais tempo do que a duas, mas é, também, uma experiência muito mais divertida. Eu ofereci-me para picar todas as cebolas, cenouras e pimentos, porque sabia que, para o Zé, isso seria a parte mais demorada da equação. Ele fez tudo o resto, seguindo as instruções. Eu só aproveitei uma ou outra altura em que ele não estava a olhar para provar e acertar os temperos. Um prato destes não tem nada de complicado, mas convêm provar muitas vezes ao longo da preparação, para garantir o melhor sabor. E para isso, infelizmente, não há instruções. O treino de fazer educa a língua e o dedo nas pitadas disto ou daquilo. O primeiro chilli do meu marido estava delicioso e rendeu duas refeições neste fim-de-semana longo.

lasanha

Ontem fomos novamente os dois para a cozinha. O Zé andava com vontade de comer lasanha, mas como nunca comemos uma lasanha congelada de que gostássemos (tanto que já desistimos de experimentar) tinha de ser a minha lasanha. Aprendi a fazê-la há alguns anos, mas a receita foi, entretanto, evoluindo e tomando forma própria. Hoje é a minha lasanha, que não tem absolutamente nada que saber, mas que é aquela que nos sabe melhor.

O ragú leva muitos legumes, dos que houver à mão. Pode levar courgette, alho francês, com jeito e bem picadinhos talvez até bróculos. Este levou cenoura e pimentos vermelhos, 1:1 com a carne. Cebola e alho na panela, com azeite. Os legumes, a carne, o tomate. Sal e orégãos e deixa-se cozinhar em lume brando pelo máximo de tempo possível (quanto mais tempo, melhor saberá – desta vez, o nosso só teve direito a 30 minutos, o que é pouco) e no lume mais baixo possível. Manjericão fresco picado já no fim, depois de desligado o fogão.

O resto é ainda mais fácil. Um tabuleiro de forno, um pacote de massa seca (da que não requer pré-cozedura), um pacote de bechamel, mozzarella ralada em casa. Tenho o hábito de diluir o bechamel com leite – o de pacote costuma ser muito espesso e assim poupo nas calorias, porque nunca uso o pacote todo. Junto orégãos a esta mistura. No fundo do tabuleiro, duas colheres do bechamel diluído e por cima a primeira camada de massa. Carne, mais bechamel, queijo. E repete, até acabar a carne. A última camada (aprendi eu depois de várias asneiras) é melhor sendo de carne, bechamel e queijo, sem massa em cima. Assim tudo o que está por baixo coze mais homogeneamente, num forno a 180ºC. Está pronta quando um garfo espetado no meio atravessar com facilidade todas as camadas. Mas deixem a massa ligeiramente al dente, para que não seja uma papa sem graça.

Perguntou o Zé se a receita já estava no blog. Disse-lhe que não, que receita de lasanha toda a gente tem e que esta não tem nada de especial. Mas tem, disse ele. É boa, é simples, é tua. Tem de especial para nós porque é aquela de que nós gostamos. E portanto cá está, a minha lasanha sem nada de especial, mas que é minha, nossa. E que nos sabe tão bem.

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