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Archive for the ‘Morango’ Category

pequenas trincas

O Verão atrasado faz-me bem ao fim da gravidez. As pernas incham menos, o ar falta-me só quando um pé se entala atrás das costelas e nem o estudo interminável dá tanto sono, que os dias queriam-se de ronha mas o mundo não pára de girar.

Estes são os meses da abundância nas árvores e arbustos e, deles, nas bancas do mercado. A cozinha enche-se das cores quentes dos damascos maduros, das cerejas crocantes de saco, dos mirtilos pelos quais se fazem, cá em casa, alguns quilómetros todos os anos. A fruta é a minha guloseima maior, aquela pela qual trocava todas as outras. Ainda que, de vez em quando, raramente, vá apetecendo transformá-la noutras pequenas trincas.

tiny cakes II

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Bolinhos de fruta

(ligeiramente adaptado da Bon Appetit de Junho 2013)

10 bolinhos

  • 1 medida de farinha de trigo
  • 1 ½ colher chá de fermento
  • 85g manteiga com sal, à temperatura ambiente
  • 1/3 medida de açúcar
  • 1 ovo grande
  • 1 colher sopa de raspa de limão
  • ½ colher chá de extracto de baunilha
  • 1/3 medida de leite
  • 2 damascos e 5 morangos pequenos (ou outra fruta a gosto)
  • 2 colheres sopa de açúcar amarelo, para polvilhar

Pré-aqueça o forno a 175ºC. Unte 10 formas de muffins com spray de óleo vegetal ou com manteiga. Reserve.

Misture a farinha e o fermento numa tigela. Reserve.

Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até obter um creme leve (aprox. 2 minutos). Acrescente o ovo, a raspa de limão e a baunilha e bata até estar bem misturado.

Com a batedeira em baixa velocidade, adicione, alternadamente, os ingredientes secos e o leite, começando e acabando com os secos. Divida a massa pelas formas de muffin, enchendo-as apenas 1/3. Acrescente as fatias de damasco ou os morangos, polvilhe com o açúcar amarelo e leve ao forno por 15-20 minutos.

Transfira os bolinhos para uma grade e deixe arrefecer completamente.

tiny cakes III

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um bolo de sol e verão

A fruta é o meu pecado favorito. Tirem-me tudo – tirem-me até o chocolate! – mas não me tirem a fruta. São tantas, tão diferentes, doces e sumarentas ou ácidas e carnudas, de todas as cores. São a minha refeição num dia de pressa e são o meu conforto quando estou cansada. A fruta é o meu prazer maior. O mais irresistível.

Na praça, todas as semanas, escolho-a com cuidado. Só fruta portuguesa, que temos tanta e tão boa. Estamos na melhor época. As nêsperas doces, os damascos que me escorrem pelo queixo, as cerejas de saco – as melhores e mais rijas. Daqui a pouco chegam os figos, paixão nova do Verão passado e que estou morta por reencontrar. Todas estas frutas me convencem a trazê-las para casa. Mas os morangos, com o seu perfume que vibra mais alto que todos os outros, são irresistíveis. Tingem-me dedos e lábios de vermelho e deixam na casa um cheiro de promessas de Verão. E da quintinha que hei-de ter, quando for grande, onde há árvores e arbustos de todos os frutos, a crescer com sabor a sol.

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Bolo de morangos

(receita adaptada daqui)

  • 85g manteiga sem sal, à temperatura ambiente (e mais um bocadinho para untar o prato)
  • 188g farinha
  • 1 ½ colher chá de fermento
  • ½ colher chá de sal
  • 150g + 2 colheres sopa de açúcar branco
  • 1 ovo grande (ou 2 pequenos)
  • 118ml leite
  • 1 colher chá de extracto de baunilha
  • 400g de morangos, cortados ao meio

Pré-aqueça o forno a 165ºC. Unte com manteiga uma forma de tarte ou um prato de pirex.

Misture a farinha, o fermento e o sal. Reserve.

Com a batedeira, bata bem a manteiga com o açúcar, até obter uma massa pálida e fofa. Adicione o ovo, o leite e a baunilha e bata até estar homogéneo.

Acrescente a mistura de farinha gradualmente, e vá misturando com uma colher de pau. Não bata a massa demasiado.

Deite a massa na forma previamente untada. Disponha os morangos, com o lado do corte para baixo, enterrando-os ligeiramente na massa. Ponha-os numa só camada. Polvilhe com as restantes 2 colheres de sopa de açúcar e leve ao forno até que um palito saia seco (cuidado com o sítio onde espeta: pode vir coberto de compota de morango). Isto vai depender muito do forno – no meu demorou 30 minutos.

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O bolo é Verão numa garfada. É maravilhoso assim, sozinho. Ou acompanhado de uma bola de gelado de nata ou de uma gulosa dose de natas batidas, mesmo sem açúcar.

Apetece pegar neste bolo e divagar. Enterrar damascos sumarento na massa, polvilhar com amêndoas torradas, misturar farinha de côco. Apetece juntar todo o Verão à massa e ficar ali, a vê-lo crescer no forno.

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os últimos morangos

Esta semana ainda havia morangos na praça. Mais caros, mais pequenos, mas ainda doces e sumarentos. Com sabor a morango e aquele cheiro irresistível.

Achei que os morangos eram a forma perfeita de dizer adeus ao Verão. Já chove, já está mais fresco. Mas ainda se sentem, aqui e ali, uns minutos do tempo mais quente e preguiçoso que agora nos deixa. Não é o adeus à sorveteira, que essa trabalha o ano todo, cá por casa. É um até já ao Verão, aos dias grandes e à pele morna.

Sorvete de morango

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Sorvete de morango

  • 500g morangos (se já não encontrar frescos, pode usar morangos congelados)
  • raspa de ½ limão
  • açúcar a gosto
  • 1 gole de vodka

Com a varinha mágica, triture bem os morangos. Prove e acrescente o açúcar que achar necessário. Lembre-se que ao congelar os sabores tornam-se mais suaves e, logo, menos doces. Mas não abuse do açúcar – os melhores morangos comem-se ao natural. Acrescente a raspa de limão e a vodka, que vai aumentar a cremosidade do sorvete, ao baixar o ponto de congelação dos cristais de gelo.

Misture tudo muito bem e leve à sorveteira, seguindo as instruções do manual.

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Coma na varanda, de olhos fechados, a desafiar a chuva que teima em começar a cair. Se houver ainda Verão na nossa boca, talvez seja Verão cá fora, ainda. Nem que por uns minutos apenas.

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Encontrar formas interessantes de comer dentro de um orçamento limitado é um desafio. Mas pode ser um desafio interessante, se olharmos para ele assim. A criatividade é a nossa ferramenta mais importante, aqui. Mais do que saber onde comprar barato, aproveitar promoções ou aproveitar ao máximo tudo o que entra na nossa cozinha. Porque sem criatividade, acabamos a comer as mesmas coisas semana após semana após semana. E por mais saboroso que seja o prato, acaba por cansar.

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Por isso quando vi esta receita, que me pareceu tão simples, fiz logo umas contas rápidas para ver se a conseguia incluir na minha próxima sugestão 4 por 6. E consegui!

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Tiras de porco à chinesa com arroz basmati

Ingredientes:

  • 500g bifes ou bifanas de porco (com pouca gordura)
  • ½ pimento vermelho grande ou 1 pequeno
  • 4 ou 5 cebolas verdes (spring onions) ou 1 alho francês
  • 3 colheres sopa de compota de pêssego (ou de alperce ou de laranja)
  • 2 colheres sopa de mel
  • 1 colher sopa de molho de soja
  • 1 colher chá de óleo de sésamo
  • 1 colher chá de gengibre ralado
  • 1 dente de alho ralado
  • 1 malagueta pequena
  • sal
  • óleo
  • 200g arroz basmati

Comece por preparar a marinada: misture a compota, o mel, o molho de soja, o óleo de sésamo, o gengibre e o alho ralados e a malagueta finamente picada. Junte uma pitada ou duas de sal e misture bem. Corte então a carne em tiras e mergulhe-a na marinada, envolvendo bem cada pedaço. Deixe repousar 15 a 20 minutos.

Entretanto corte o pimento em tiras finas e as cebolas verdes em fatias diagonais. Reserve 1/4 das cebolas para polvilhar na altura de servir.

Aqueça uma colher de sopa de óleo numa frigideira. Quando o óleo estiver bem quente coloque a carne com toda a marinada que houver na vasilha. O truque, segundo a receita original, é não mexer demasiado, para que a carne cozinhe e o molho caramelize. Quando vir, pelas laterais das tiras, que a carne está a começar a ficar branca, vire. Acrescente agora o pimento e as cebolas verdes e deixe cozinhar. De vez em quando mexa e envolva tudo muito bem. Tenha cuidado para não cozinhar demasiado o porco, já que este pode ficar com textura de borracha.

Sirva com arroz basmati, cozido em água e sal (de acordo com as instruções da embalagem). Pode aromatizar o arroz com um pouco de gengibre, mas eu prefiro-o com um sabor mais neutro, a contrastar com os sabores fortes da marinada do porco.

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A carne estava muito saborosa e a marinada foi definitivamente aprovada cá em casa. Os pimentos e as cebolas verdes acrescentaram um contraste crocante e fresco e o arroz basmati, apesar de neutro, tem sempre aquele sabor especial. O Zé adorou e eu sei que esta receita, fácil e rápida, vai aparecer mais vezes à nossa mesa.

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Para a sobremesa, uma receita repetida, mas que faz uso dos morangos que andam por aí, tão doces e suculentos. Pode usá-la para aproveitar aqueles morangos quase passados ou para comer os verdes, ainda pouco doces.

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Strawberry Fool

  • 400g morangos
  • 200ml natas
  • 200g iogurte grego
  • açúcar em pó (a gosto)

Ponha os morangos cortados em quartos numa taça e polvilhe com açúcar em pó (a quantidade vai depender da doçura dos morangos, mas é aconselhável que os deixem bem docinhos, já que as natas e o iogurte não vão levar açúcar). Deixe macerar meia hora, no frigorífico. Triture-os então com a varinha mágica (ou com um garfo, se gostar de pedaços mais inteiros, como eu) até obter um puré.

Bata as natas até estarem quase em chantili. Acrescente o iogurte e bata novamente, misturando tudo muito bem. Junte então o puré de morango e misture à mão, até que esteja o mais homogéneo possível. Distribua por taças ou chávenas bonitas e leve ao frigorífico cerca de duas horas.

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Vamos, então, a contas:

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Todos os ingredientes da marinada encontravam-se já na minha cozinha. Foi, portanto, por aproximação que apresentei o preço dos mesmos. Não encontrei preço do gengibre nem do óleo de sésamo. O primeiro é barato e a quantidade usada é tão pequena que o valor é quase irrisório. O óleo de sésamo é mais caro e encontra-se sobretudo nas lojas de produtos naturais e dietéticos, mas é um bom investimento, já que, se guardado no frigorífico, dura imenso tempo e é excelente para dar sabor a pratos rápidos preparados no wok, como stir fries.

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Dica de poupança: o açúcar em pó é sempre mais caro do que o açúcar normal. Além disso, é raramente usado e pode acabar por se estragar, mesmo sendo vendido em pacotes mais pequenos. Se tiver em casa um moínho de café, daqueles eléctricos (ou mesmo um bom processador) pode fazer açúcar em pó a partir do açúcar branco comum e evitar a desnecessária diferença de preço, bem como ficar com mais um pacote na cozinha. Quando precisar novamente, é só pesar o açúcar cristal e moer bem no moínho de café.

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Em primeiro lugar tenho de pedir desculpas: o 4 por 6 deveria ter ido para o ar ontem, mas com as confusões da Páscoa não foi possível. Vai para o ar hoje, atrasado mas, espero, ainda assim delicioso!

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Se há coisa que cá em casa se faz (e se come!) bem, é pizza. Não variamos muito – aliás, não variamos quase nada. Não gostamos de pizzas com muitos ingredientes, preferimos as mais simples, duas ou três coisas por cima, massa caseira, molho também. Fazemos pizza pelo menos uma vez por semana e por isso achámos que seria boa ideia criar uma pizza equilibrada e nutritiva, saborosa e que alimentasse 4 pessoas a baixo custo. Bem feita, uma pizza é uma refeição completa!

Começámos por trabalhar no molho – é a melhor forma de introduzir legumes na pizza, sem grandes alterações de paladar, tornando-a mais rica nutricionalmente. Fizemos um molho com vários legumes, molho esse que pode ser feito em quantidades maiores e congelado em porções individuais, para usar com pizzas ou pastas, ser base de almôndegas ou até barrar sanduíches.

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Pizza com molho de legumes

Massa:

  • 2 e ¼ medidas de farinha (um pouco menos que 500g)
  • ½ colher sopa de fermento biológico
  • ½ colher sopa de sal fino
  • ½ colher sopa de açúcar
  • 1/8 medida de azeite
  • 1 medida mal cheia de água morna
  • 1 pitada de orégãos secos

A massa pode ser feita à mão ou na máquina de fazer pão. É muito mais fácil nesta última, que além de amassar fornece uma temperatura óptima para a massa levedar. Mas à mão também não é difícil. Esta massa tem a grande vantagem de poder ser feita a dobrar e congelada. Pode ser tornada ainda mais nutritiva e saudável se se usar uma mistura de farinha branca e integral.

Misturam-se os ingredientes secos muito bem. Acrescentam-se água e azeite e amassa-se até formar uma bola. Depois é preciso tender durante 3 ou 4 minutos – como a pizza não é coisa que precise de crescer muito, a massa não precisa de ser amassada durante muito tempo. Deixa-se levedar, em lugar quente e seco, durante 1 ou 2 horas (ou durante a noite no frigorífico, retirando 1 hora antes de usar).

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Molho:

  • 1 beringela pequena (ou meia grande)
  • 1 courgette pequena
  • 2 tomates maduros
  • 3 dentes de alho
  • ½ pimento vermelho
  • sal
  • azeite
  • manjericão seco

Liga-se o forno a 200ºC. Corta-se a courgette em quartos no sentido do comprimento, a beringela em rodelas grossas e o pimento em pedaços grandes. Dá-se dois golpes em cruz no cimo dos tomates. Colocam-se os legumes todos num tabuleiro de forno, mais os 3 dentes de alho não descascados (evita que se queimem). Duas ou três gotas de azeite em cima de cada pedaço, acrescenta-se uma pitada de sal grosso e outra de manjericão. O tabuleiro vai ao forno até tudo estar assado.

Pelam-se então os tomates e o pimento, descascam-se os alhos e coloca-se tudo no copo da varinha mágica. Uma colher de sopa de azeite, mais um bocadinho de sal e manjericão e passa-se tudo muito bem. Está pronto o molho.

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Recheio:

  • 1 cebola grande
  • 70g de bom chouriço de carne
  • 1 bola de mozzarella fresca
  • 40g de rúcula
  • orégãos

Mantém-se o forno ligado a 200ºC. Numa frigideira, aloura-se a cebola cortada em meias luas, num fio de azeite. Quando estiver dourada e ligeiramente tostada, retira-se do lume e reserva-se. Estende-se a massa num tabuleiro de forno levemente polvilhado com farinha, formando um grande rectângulo (ou divide-se em quatro e fazem-se quatro pequenas pizzas individuais). Espalha-se molho de tomate por cima (pode não ser preciso todo, a pizza fica melhor se não levar excesso de molho), o chouriço cortado em meias-luas finas. Acrescenta-se a cebola alourada e a mozzarella, rasgada em pedaços. Polvilha-se com orégãos e vai a assar até a massa estar dourada e o queijo derretido e levemente tostado.

À parte, tempera-se a rúcula com um fio de azeite, sal e orégãos (muito pouco tempero). Retira-se a pizza do forno e coloca-se a rúcula por cima. Corta-se em quatro e está pronta a comer!

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A pizza caseira costitui uma refeição equilibrada e muito versátil. Pode ser feita com quase tudo, trocando o chouriço por bacon ou pedaços de frango desfiado que tenha sobrado de uma outra refeição. Em vez de rúcula pode levar agriões ou canónigos, cogumelos em vez da cebola. E estas alterações de que falei podem ser feitas quase sem alterações de preço.

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Para a sobremesa, morangos frescos e maduros, sem adição de açúcar e polvilhados com raspa de um limão.

 

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Vamos a contas:

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Dica de poupança: Quase tudo na nossa cozinha se recicla. Tentar tirar o máximo proveito de tudo o que entra em nossa casa é não só bom para o bolso como ainda é uma óptima contribuição para o ambiente. O pão seco, por exemplo, pode ser todo guardado e, com a ajuda de um processador, transformado em pão ralado. Pode ainda torná-lo mais interessante com a adição de ervas aromáticas secas ou de alho em pó. Assim, em vez de o comprar no supermercado, temos em casa pão ralado, mais fresco e com os sabores que mais nos agradam, praticamente a custo zero.

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Mas que me conste também não cai neve em Nova Iorque. O tempo por cá está uma bela porcaria. Nada de praia, nada de passear na rua. Estamos em plena fronteira Outono-Inverno, com o dia cinzento e chuvoso, apesar de mais ou menos quente. Uma tristeza de Verão, portanto.

E para dias como este, em que a praia é para esquecer e se fica em casa a ver a chuva cair, nada como uma coisinha boa para levantar os ânimos. E se for fácil e der pouco trabalho, melhor ainda!

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Strawberry Fool (daqui)

  • 200g de morangos cortados em pedaços
  • açúcar em pó
  • 120ml de natas para bater
  • 120ml de iogurte grego

Ponha os morangos numa taça e polvilhe com açúcar (a quantidade vai depender da doçura dos morangos, mas como estes vão ser misturados a uma série de outras coisas eu aconselho a que os deixe bem docinhos). Deixe macerar uma meia hora, no frigorífico. Depois triture-os com a varinha mágica ou esmague-os com um garfo, até obter um puré. Eu esmaguei os meus com um garfo, para poder ficar com bocadinhos inteiros.

Bata as natas até estarem praticamente em chantili. Acrescente o iogurte e bata novamente, para misturar tudo bem. Junte o puré de morango e misture, deixando o mais homogéneo possível. Distribua por chávenas bonitas e com tons de Verão e leve ao frigorífico umas duas horas. Coma sentado à janela, a ver a chuva cair, com um livro cheio de sol.

Chove chuva, chove sem parar… Strawberry fool anyone?

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Nota: este não é o Strawberry Fool original. Esse é feito só com natas. Esta é uma versão mais leve e menos calórica.

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Esta receita estava há uns dias no meu del.icio.us quando as meninas do Colher de Tacho anunciaram o Rei da Vez:

Aproveitei um jantar com amigos como desculpa e pus mãos à obra. A receita é do site da Martha Stewart e está aqui.

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Galette de morango com creme de manjericão

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Creme de manjericão

  • 3/4 medida de natas (heavy cream – usei creme fraiche)
  • 1/3 medida de manjericão fresco picado
  • 2 colheres sopa açúcar
  • 3/4 medida de queijo mascarpone

 

Numa vasilha resistente ao calor, em banho-maria, misture as natas, o manjericão e o açúcar. Mexa ligeiramente até que o açúcar dissolva (aproximadamente 4min). Cubra com película aderente e leve ao frigorífico por, pelo menos, 1 hora (ou até 2 horas, para um sabor a manjericão mais pronunciado). Coe num passador de grelha fina. Junte o mascarpone e com um batedor de varas bata até formar picos médios. Cubra e leve ao frigorífico até à hora de servir (até 2 horas).

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Massa:

  • 2 e 1/2 medidas de farinha de trigo (mais para polvilhar as superfícies)
  • 1 e 1/8 colher chá sal
  • 1 colher chá açúcar
  • 1 medida de manteiga sem sal gelada (aproximadamente 110g) cortada em pequenos cubos
  • 1/3 medida + 2 colheres sopa água gelada (eu só usei 1/3 medida)

Num processador, pulse a farinha, o sal e o açúcar, para os misturar bem. Junte a manteiga, bem gelada e em cubos, e pulse até a mistura ter o aspecto de migalhas grosseiras. Adicione a água gelada, aos poucos, e vá pulsando até combinar (a massa deverá manter o aspecto de migalhas). Dê-lhe forma de um disco grosseiro, embrulhe em plástico e leve ao frigorífico por pelo menos 1 hora (ou até durante a noite).

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Galette:

  • 1/2 quilo de morangos
  • 1/4 medida + 1 colher sopa açúcar
  • 2 colheres sopa amido de milho (maizena)
  • 1 gema
  • 1 colher sopa água
  • 1 colher sopa de manteiga sem sal, gelada, cortada em pedacinhos

Estenda a massa, com ajuda de um rolo, numa superfície enfarinhada (se conseguir estendê-la directamente sobre a superfície onde a vai assar, melhor). Dê-lhe uma forma arredondada, sem se preocupar excessivamente com a perfeição (a graça da galette é o seu ar rústico).

Corte os morangos em fatias de 1/2cm de espessura. Quando cortados, misture-os com o 1/4 medida de açúcar e o amido de milho e disponha-os imediatamente, em círculos, ligeiramente sobrepostos, sobre a massa, deixando uma beira de 1 a 2 cm. Depois de todos os morangos estarem arranjados, dobre o excesso de massa sobre a fruta e leve ao frigorífico por 15 minutos (eu não levei).

Misture a gema e a água. Pincele a massa com esta mistura e polvilhe com 1 colher sopa açúcar. Ponha bolinhas de manteiga sobre os morangos. Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC, durante 40 minutos ou até a massa estar dourada. Sirva morno, com o creme de manjericão.

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A galette é muito saborosa, sobretudo feita com morangos bem madurinhos, que lhe acrescentam a doçura que lhe falta, pela pouca quantidade de açúcar que leva. O creme é forte mas com um sabor muito interessante e dividiu as opiniões: houve quem gostasse muito e quem não gostasse nada. Eu, que nem sequer gosto de queijo, gostei muito. Achei a combinação extremamente interessante.

A tradução acima não é exacta. A receita foi retirada do site da Martha Stewart mas seguida sem muita exactidão. Esta foi a que eu fiz e resultou muito bem. Gostei mais desta galette do que desta e acho que para o ano a farei novamente!

 

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Fotografar comida é difícil. Fazê-lo sem material ou conhecimentos profissionais, mais ainda. As coisas só pioram quando a fotógrafa é mais ou menos, a iluminação menos que isso e a máquina também não ajuda muito.

As primeiras fotografias aqui do blog não eram grande coisa. Mas acho que ultimamente têm melhorado. E isso deve-se, sem dúvida, a três talentosas amigas: a Fer, a Elvira e a Marizé. Aquele dia que passámos juntas, para além de muito agradável, foi muito útil e rico em conselhos. Falámos muito sobre a importância de uma boa fotografia e sobre como, às vezes, um prato delicioso é tão feio que perde todo o encanto. Eu ouvi tudo atentamente, tomei notas mentais das dicas e truques e vim para casa cheia de vontade de fazer melhor.

Acho que, na verdade, antes não me preocupava demasiado com isso. Tentava tirar fotografias minimamente interessantes e com qualidade, mas não fazia o que faço agora. Hoje escolho o prato em que vou servir a comida em função do efeito fotográfico, o fundo em função da cor dos alimentos, procuro a melhor luz e – e esta é a melhor dica de todas – tiro dezenas de fotografias a cada coisa, de todos os ângulos possíveis e imaginários.

Quando venho para o computador já tenho uma ideia relativamente próxima do que quero fazer. Sei mais ou menos que fotografias ficaram boas ou más, apago as más e faço a pilha das “talvez”. Corto, reduzo, acerto cores e temperaturas, contrastes, brancos, enfim… O trabalho não acaba quando a máquina se desliga – aí acaba apenas a recolha da matéria-prima. Às vezes, mesmo no meio de tantas, não há nenhuma suficientemente boa. E o prato já foi comido, a louça já foi lavada, não há como repetir. Paciência, ficará para uma próxima vez. Antes a espera que uma má fotografia.

Com a prática, as coisas melhoram. Tornam-se mais fáceis, mais automáticas, menos aleatórias e rendidas à sorte. Fazem-se fotografias mais interessantes, trabalham-se melhor as cores e as luzes. E fazem-se coisas bonitas, que apetece comer só de olhar. Como este iogurte grego, batido com morangos e salpicado de geléia de morango – só um bocadinho, para adoçar. Foi o meu pequeno-almoço de Domingo e acho que será o de hoje também. Nham!

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Como dizia a Fer e muito bem, nem tudo é blogável. Nem todas as receitas são boas ou suficientemente interessantes para terem tempo de antena no blog, nem todas dão pratos com aspecto interessante (alguns, por mais deliciosos, ficam com tal ar de mistela que lá se vai todo o interesse), nem todas as experiências dão boas histórias.

Não é o caso desta receita da Elvira. Esta panna cotta é deliciosa, leve, de sabor suave e delicado, e combina maravilhosamente com o coulis de morango que ela sugere. Fiz a receita, fiz o coulis. E fotografei, claro. Mas as fotografias ficaram feias. Tão feias, coitadas… Não quis, no entanto, deixar passar em branco a receita, que é deliciosa. E que – maravilha! milagre! – agradou ao esquisito cá da casa, que de doces só gosta de gelados e de mousse de chocolate – caseira! As primeiras duas colheres foram de habituação, para ele. A partir de meio já comia com gosto e reconhecia que, afinal, era muito bom! É uma sobremesa fácil de fazer, rápida de fazer e que resulta num prato lindo, cheio de charme e sabor.

Perdoem-me o post menos comum, menos ortodoxo, mas não quis deixar de partilhar convosco a experiência desta sobremesa tão boa para o Verão. E se quiserem vê-la, passem pelo post da Elvira e deliciem os olhos com a linda fotografia que ela lá tem!

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